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Na cartilha da inclusão: os direitos dos deficientes ganham repercussão com a teledramaturgia

No penúltimo artigo da série Rompendo Tabus, entenda como a inclusão tem sido tratada através dos anos na TV

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 03h42 - Publicado em 1 jul 2014, 21h00
Paulo Cabral  (/)
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Em Páginas da Vida, Clara, papel de Joana Morcazel, vai à escola com o irmão, Francisco, vivido por Gabriel Kaufmann
Foto: Rede Globo/Divulgação

Com a função de retratar a realidade, a teledramaturgia, ao buscar a identificação brasileira após a mexicanização das tramas, deu uma olhada especial aos deficientes físicos com a personagem Bianca, interpretada por Aracy Balabanian, 74 anos, em Nino, o Italianinho (Tupi, 1969). Na pele de uma manca apaixonada pelo protagonista, vivido por Juca de Oliveira, 79, Aracy ganhou a preferência do público no triângulo amoroso completado por Bibi Vogel, morta em 2004, que fazia a ambiciosa Natália. Mas esse foi um caso isolado. Quando aparecia alguém de muletas ou de cadeira de rodas, certamente era por um motivo dramatúrgico e não por uma questão de inclusão social.

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Na cartilha da inclusão: os direitos dos deficientes ganham repercussão com a teledramaturgia
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Aracy Balabanian, com Juca de Oliveira e Bibi Vogel, viveu a manca Bianca em Nino, o Italianinho
Foto: Rede Globo/Divulgação

Em Mulheres de Areia, exibida originalmente pela Tupi em 1973 e refeita pela Globo em 1993, Tonho da Lua, interpretado por Gianfrancesco Guarnieri, morto em 2006, e por Marcos Frota, 57, respectivamente, ganhou destaque. Tratava-se de um personagem com deficiência mental que, apesar de saber o segredo que poderia resolver a trama, foi desacreditado por ser um excluído social. Com o Emanoel de A Indomada (Globo, 1997), Selton Mello, 41, fez um papel semelhante, mas foi além do olhar piedoso do público, que torceu para seu sucesso amoroso ao lado de Grampola, vivida por Karla Muga, 38.

Craque em atuar contra os tabus da exclusão com suas novelas, Manoel Carlos, 81, trouxe para a trama central de Páginas da Vida (Globo, 2006) a questão da síndrome de Down, quando a Helena da vez, interpretada por Regina Duarte, 67, adota Clara, vivida por Joana Mocarzel, 14, que é portadora da síndrome na vida real. O drama da personagem mirim que é rejeitada pela avó, Marta, papel de Lilia Cabral, 56, foi a espinha dorsal da trama e ajudou na discussão sobre a inclusão de pessoas especiais na sociedade e no sistema de ensino.

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Na cartilha da inclusão: os direitos dos deficientes ganham repercussão com a teledramaturgia

Emanuel, papel de Selton Mello em A Indomada, ganhou torcida para ficar com Grampola, vivida por Karla Muga
Foto: Rede Globo/Divulgação

Somando forças com Manoel Carlos no combate aos preconceitos, Walcyr Carrasco, 62, sempre coloca um elemento pró-inclusão em sua obra. Em Caras e Bocas (Globo, 2009), por exemplo, escalou Danieli Haloten, 34, para o papel da deficiente visual Anita, tornando-a a primeira atriz cega a atuar em uma novela. Em Amor à Vida (Globo, 2013), também de Carrasco, várias questões ganharam foco, com destaque para o autismo de Linda, interpretada por Bruna Linzmeyer, 21, que termina a história se casando, mostrando que o sol é para todos. Ah, teve o beijo gay, mas este é tema do próximo capítulo desta série.

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Danieli Haloten, com Wagner Santisteban, em Caras e Bocas: a primeira atriz cega a atuar em uma novela
Foto: João Miguel Junior

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