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Manoel Carlos apresenta Em Família, novela que marca o fim da saga da personagem Helena

Um dos grandes nomes da dramaturgia, Manoel Carlos se despede do ofício de escrever novelas apresentando ao público Em Família para o horário das 9 da Globo.

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 09h06 - Publicado em 9 fev 2014, 21h00
Bruno Dias Barbosa/Edição Mdemulher (/)
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Maneco e o elenco de Em Família
Foto: TV Globo/Divulgação

A nova trama da Globo marcará o fim de uma saga para os amantes da teledramaturgia. Em Família será a última novela de Manoel Carlos para a emissora carioca. Portanto, a despedida do público de sua famosa personagem, Helena.

Prestes a completar 81 anos, o autor acredita que não terá mais disposição para escrever um novo folhetim. E, por isso, quer encerrar a atividade com chave de ouro.

Para o papel principal, Maneco convidou Julia Lemmertz. A escalação da atriz é simbólica, já que a mãe dela, Lilian Lemmertz, interpretou a primeira heroína em Baila Comigo (1981). “Essa é uma dívida de amor que eu pago a Lilian através da Júlia. Ela me ajudou a construir a Helena no passado. Quando decidi fechar esse ciclo da personagem, pensei na Julia, sua filha, que é uma grande atriz também”, explica o novelista, citando sua primeira musa, morta em 1986.

Apesar de anunciar o encerramento de sua contribuição com as novelas, o autor garante que não será uma despedida por completo. Ele pretende se dedicar a projetos mais curtos para TV, como minisséries, por exemplo, que também constam em sua lista de sucessos incontestáveis. Em conversa franca e emocionada, Maneco revela todas as novidades de Em Família e divide com seu público os planos para o futuro.

Como surgiu a inspiração para criar a personagem Helena?
Costumo dizer que veio da história da Helena de Troia, um episódio da mitologia que me fascina desde criança. E também do romance de Machado de Assis, o qual fiz uma adaptação para a TV nos anos 50. Para mim, Helena é nome de personagem por natureza. Tanto é assim, que eu tenho duas filhas (Maria Carolina, roteirista que colabora com o pai nas novelas, e a atriz Julia Almeida) e três netas, e nenhuma delas carrega esse nome.

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Como você definiria, de forma geral, essa mulher que você criou?
A característica principal é a normalidade humana. Ela ama, odeia, erra, mente, engana e é sempre capaz de perdoar, como também de se vingar. Pertence à classe média e é mediana em tudo. Uma mulher cheia de defeitos, um ser humano comum.

A escolha da Julia Lemmertz para viver a última Helena também é uma espécie de homenagem?
É, sim. Escolhi a Julia como uma forma de tributo à mãe dela. É uma homenagem que faço à atriz extraordinária que a Lilian Lemmertz foi e também a uma inesquecível amiga. Obviamente, isso só é possível por ser a Julia uma atriz que honra a sua origem de berço: Lilian e Lineu Dias, dois brilhantes intérpretes. Se a mãe fez Baila Comigo, o pai fez a minissérie Presença de Anita (2001) como Venâncio (sogro de José Mayer na trama). Estou, portanto, fechado com essa talentosa família.

Por que você tomou a decisão de parar de escrever novelas?
Já anunciei esse encerramento outras vezes, mas agora cheguei aos 80 anos… Prefiro parar enquanto me julgo capaz de encarar essa empreitada.

Mas esse encerramento significa uma aposentadoria definitiva?
Parar de escrever, nunca! Quero voltar a fazer minisséries, como fiz Presença de Anita e Maysa – Quando Fala o Coração (2009).

Como será a protagonista de Em Família?
A trama conta a trajetória dessa mulher, que foi e ainda é apaixonada por um homem. Nesse caso, o primo Laerte, vivido por Gabriel Braga Nunes. Na novela, o público terá uma constante sensação de sentimentos sendo criados e destruídos, encontros e desencontros dos personagens.
O amor entre primos é um tema que você já abordou em outras novelas, como em Laços de Família (2000)…
Essa relação entre primos sempre foi muito comum. E é recorrente em minhas novelas. Talvez até por eu mesmo ter vivido um amor adolescente com uma prima inesquecível.

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A novela terá um vilão daquele tipo que o público adora odiar?
Na minha história não há esse tipo de vilão que o público resolveu apreciar, do tipo assassino cruel. Acredito no vilão clássico, o que apronta vilanias. Nesse sentido, a Shirley (Vivianne Pasmanter), pela sua personalidade, é a personagem que mais se aproxima desse conceito. Ela sente uma inveja imensa do amor que Laerte devota a Helena e não perde a oportunidade de alfinetar a rival. É o tipo de pessoa que vive uma vida infeliz porque quer, já que não faz nada para mudar e ainda fica de olho na felicidade alheia. Esse é o tipo de vilão que eu gosto e sei fazer. Mas não é o habitual que a audiência tem curtido ver nos últimos tempos.

Você abordará o amor entre duas mulheres, por meio de Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Müller). Podemos esperar por cenas de beijo entre elas?
Se eu achar que é interessante para a história, escrevo. Tenho certeza de que o Jayme (Monjardim, diretor de núcleo) ou o Leonardo (Nogueira, diretor-geral) gravará. Só não sei se a cena será levada ao ar. Isso já não cabe a nós. Quero abordar uma forte e bonita história de amor entre mulheres.

O personagem do Reynaldo Gianecchini (Cadu) sofrerá de uma grave enfermidade. Você pode adiantar um pouco mais sobre essa história? Será a mesma doença (um tipo raro de câncer) que o ator enfrentou na vida real?
Eu ainda não decidi qual a doença que ele terá, mas garanto que é uma “boa”, com grandes cenas para ele. O Giane disse que eu poderia usar a história da vida dele. Se eu quisesse, poderia ser a mesma doença, mas não quis. Assim como foi para ele, será um renascimento para o personagem.

Suas obras são conhecidas por discutir questões sociais. Que temas abordará no novo trabalho?
O alcoolismo é um tema com o qual sempre me preocupei, pois é um vício de droga lícita. Qualquer pessoa compra e bebe. Vou mostrar como é o começo de um grande problema, que pode desencadear na perda do emprego, da mulher e da família. O que fizemos pelos idosos em Mulheres Apaixonadas (2003) rendeu ótimos frutos. Essa questão da terceira idade me toca muito também. Alguns amigos brincam comigo dizendo que esse interesse é em causa própria. Um personagem que deverá despertar muita atenção é o Benjamim (Paulo José), que sofrerá de mal de Parkinson. São histórias recorrentes na vida real, portanto elas também voltam às minhas novelas.

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