Gravidez não está nos planos de Cleo Pires
Diferente de Surya, de Caminho das Índias, a atriz curte a solteirice e diz que é impossível agradar a todo mundo
“Você tem controle do que se refere ao seu trabalho, mas em todo o resto, não… Então, não dá para agradar a todo mundo”, afirma Cleo Pires
Foto: Nana Moraes
Surya, papel de Cleo Pires em Caminho das Índias, certamente é o mais desafiador da carreira da atriz, de 26 anos. Na trama de Gloria Perez, a moça dá vida à indiana que vive em conflito com a sogra, Indira (Eliane Giardini), e com Laksmi (Laura Cardoso), mãe do sogro, Opash (Tony Ramos), porque não deu um filho homem ao marido, Amithab (Danton Mello). “Ela é bem casada, tem uma filha linda, mas é atormentada pela família. E agora está descarregando suas frustrações na Maya (Juliana Paes). É uma personagem fascinante!”, vibra.
Mergulhar num universo tão diferente do seu exigiu muita dedicação de Cleo. Ela participou de inúmeros treinamentos para fazer com fidelidade os trejeitos da mãe de Anusha (Karina Ferrari). “Foi muito gostoso, a gente participou de workshops de dança para conhecer e se familiarizar com essa cultura. Também tivemos de aprender algumas prosódias das palavras… Foi enriquecedor”, lembra.
A caracterização é outro motivo de orgulho para a atriz. “Amo esse figurino! É tudo muito rico, cheio de detalhes e requinte. Adoro os sáris (vestimenta típica indiana), as joias, tudo (risos). Adoro me ver como indiana”, diz, sem falsa modéstia. E o mergulho na Índia ajudou a jovem a enxergar os pontos positivos e negativos da religião hindu. “É muito diferente. Não tenho religião, mas o hinduísmo tem coisas lindas e também há outro lado, mais repressor… Como em toda religião. Essa experiência me deu outro modo de ver a vida”, admite.
Gravidez? Nem pensar!
Cleo revela que seus amigos não assimilam até hoje o comportamento das mulheres indianas. “Ninguém entende direito o conflito dela, a questão do filho homem, da chave da despensa… É complicado mesmo tentar entender a forma como elas encaram o mundo”, teoriza.
Se Surya deseja muito dar um filho ao marido, Cleo não quer saber de gravidez tão cedo. “Todas as mulheres têm o sonho de ser mãe. Acho que é uma coisa meio instintiva, sabe? Mas eu, definitivamente, não tenho planos para isso agora”, conta a bela, que está solteiríssima e prefere ficar calada quando o assunto é o coração.
Já quando se trata das críticas a seu desempenho, Cleo é bem enfática: “As dificuldades fazem parte de todo e qualquer trabalho. Para o ator é ainda mais complicado porque tem que interpretar alguém que não é ele. Mas o grande mérito é fazer com verdade. No meu caso, sempre dou o meu melhor. E tento não ter expectativas. Você tem controle do que se refere ao seu trabalho, mas em todo o resto, não… Então, não dá para agradar a todo mundo…”, avalia.
Mas Surya não é o único foco de Cleo neste ano. A morena tem destinado cada vez mais atenção ao cinema… Depois do sucesso de Meu Nome Não É Johnny (2008), em que viveu a namorada do protagonista João Estrella (Selton Mello), Cleo está no elenco do filme Lula, o Filho do Brasil, ao lado da mãe, Gloria Pires. No longa-metragem, ela interpreta Lourdes, a primeira mulher do presidente. “Fiquei bastante envolvida com a história dos dois, que é muito linda. E ainda tem o Fábio (Barreto, o diretor), que é maravilhoso e supertalentoso”, conta a moça que, por pouco, não teve a chance de iniciar uma carreira internacional.
Cleo foi a escolhida para o principal papel feminino do filme Os Mercenários, dirigido e estrelado por Sylvester Stallone, que está sendo rodado em vários pontos do Rio de Janeiro. Mas a Globo não a liberou e Giselle Itié agarrou a personagem com unhas e dentes. A Cleo restou, na pele da dissimulada Surya, perturbar, e muito, as lamparinas do juízo.