Famosos brasileiros que pedem mais diversidade e tolerância na TV
E você? Concorda com eles?
Apenas um ano depois do primeiro beijo gay do horário nobre – em Amor à Vida -, os artistas se veem em meio a uma onda de conservadorismo. Com uma trama ousada e carregada de polêmicas, a novela das 21h da Globo, Babilônia, tem enfrentado rejeição do público devido à abertura de seus temas. Pouco depois de a história ter que passar por uma readequação para tentar “salvar” sua audiência, a emissora trouxe seu primeiro folhetim inédito das 23h, Verdades Secretas, que tem entre seus principais assuntos a prostituição e outros tópicos controversos.
Os boicotes a essas tramas reacenderam os debates sobre a liberdade sexual, de gênero e, claro, de informação.
“Sinto a censura querendo nos podar”
“Tenho um medo muito grande dessa patrulha exacerbada que existe hoje em dia. Percebo quase uma volta da censura, acho que as pessoas precisam encarar as coisas com um pouco mais de leveza. As gerações antigas conquistaram tanto espaço… Parece que estamos regredindo. Sinto a censura querendo nos podar, não deixando a gente contar a história.”
Reynaldo Gianecchini, na festa de Verdades Secretas
“Esse moralismo é muito assustador”
“Há um retrocesso que nunca imaginei. Sou da década de 1960, do feminismo, da liberdade sexual, das igualdades todas. Quando você tem essas conquistas, a tendência é achar que elas estão conquistadas dali para a frente. Quando volta esse moralismo, e esse mundo religioso começa a ditar as regras, é muito assustador.”
Marieta Severo, em entrevista a O Globo
“Quero continuar tendo orgulho do que eu faço,
senão vou parar de fazer”
“Em América (2005), fiz um cara que se descobria homossexual durante a história. Gravei o beijo gay no último capítulo, mas, uma hora antes da novela ir ao ar, cortaram o beijo e não avisaram ao elenco. Fiquei muito triste na época, me senti censurado. Depois, vi o Mateus (Solano, em Amor à Vida, 2013) e torci tanto! Sabia que era um grande passo que o Brasil ia dar, e deu. Hoje, fazendo a mesma novela que a Fernanda (Montenegro, Babilônia), eu vi um beijo gay e não vi mais, isso me deixou muito triste. Temos que tomar muito cuidado: não vamos dar um passo para trás. Estou muito triste por estar vivendo esse momento. Só vou continuar sendo ator se eu puder transformar a sociedade, vamos bater o pé. O desabafo é esse. Quero continuar tendo orgulho do que faço, senão vou parar de fazer. Como sei que muitos atores também.”
Bruno Gagliasso, no Prêmio Contigo! de TV
“O conceito maior de família é o amor”
“Estou sem palavras. Estamos vivendo um momento difícil no Brasil, um momento de muito retrocesso. A gente precisa ficar alerta e mostrar que através da arte podemos transformar muitas coisas. Há muitos preconceitos, principalmente religiosos. A Dorothy (de Geração Brasil, 2014) era uma mãe verdadeira. Não importa se são dois pais ou duas mães, o conceito maior de família é o amor!”
Luís Miranda, no Prêmio Contigo! de TV
“Não vai me impedir de falar a verdade”
“Se cair um furo na sua mão, que envolva gente importante e que seja um escândalo, você vai deixar de dar? Não, né? Então, é a mesma coisa com o escritor. Se existe uma história poderosa, a gente não pode deixar de escrevê-la.” “Eu não me preocupo com a reação do espectador, isso não vai me impedir de falar a verdade, mesmo que incomode.”
Walcyr Carrasco, na festa de Verdades Secretas e em entrevista à VEJA
E você? Concorda com eles?