Apresentadora consagrada, cantora, empresária, mãe, mulher bonita e solteira… São muitas as faces de Eliana, que, perfeccionista, rala muito para fazer o seu melhor em todos esses papéis. Com 26 anos de carreira e trabalho incansável, a comunicadora nunca desistiu de seus sonhos e com muita garra conquistou o objetivo acalentado desde criança: tornar-se apresentadora e fazer sucesso.
Filha do ex-zelador de prédio José Bezerra e da dona de casa Eva Michaelichen, Eliana superou preconceitos e muitos desafios. E, desde 2009, é dona das tardes de domingo do SBT no comando do programa que leva seu nome. A artista iniciou a trajetória aos 14 anos como cantora dos grupos musicais A Patotinha e Banana Split. A estreia no comando de uma atração só sua foi também na emissora de Silvio Santos, em 1991, no Festolândia. Logo depois, assumiu o Sessão Desenho, o Bom Dia & Cia, o Eliana & Cia e o TV Animal. Mudou-se para a Record em 1998 com o Eliana & Alegria e conquistou toda a família no Tudo É Possível, até retornar ao SBT. Hoje só tem a festejar. Seu programa tem obtido altos índices de audiência, deixando a concorrência antenadíssima.
Além de animadora, Eliana é dona de uma editora, a Master Books, que publica livros de arte e cultura. Porém, entre todas as tarefas, a que considera a mais importante é a de ser mãe de Arthur, 3 anos, do casamento que durou seis com o produtor musical João Marcelo Bôscoli, filho da saudosa cantora Elis Regina.
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Eliana no programa Eliana&Alegria, na Record em 2002
Foto: TV Record/Divulgação
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Você gosta dessa correria toda do seu dia a dia? De onde tira energia?
Claro que são muitas horas de gravação e o físico cansa. Mas a alegria e a emoção de receber os artistas, de fazer o bem, de colaborar com as pessoas, tanto no palco como com quem está em casa assistindo aos nossos quadros, são muito maiores que qualquer cansaço. Amo meu ofício!
Na sua opinião, a mulher atual precisa mesmo ser multitarefas?
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A mulher sempre foi muitas em uma só. Ela sempre soube fazer várias coisas… Minha mãe já era assim, minha avó trabalhava fora… O que está acontecendo com a mulher contemporânea é um reconhecimento maior.
Qual foi sua maior conquista profissional até hoje? Esperava ter tanto sucesso?
A vida não foi fácil para mim… Mas tenho mais do que poderia sonhar! As coisas aconteceram… Todos os dias acordo e agradeço a Deus por meu dia, pela saúde, pela família que tenho, pelo meu trabalho.
Você já disse que na infância sofreu preconceito por ser filha do zelador num prédio de classe média alta em São Paulo. Ficou algum trauma?
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Não há trauma, e sim um lamento, porque isso poderia ter sido evitado. Mas essas marcas deixam a gente mais forte. E a coisa que eu mais desejo para o Arthur é que ele seja um menino corajoso para enfrentar as dificuldades. A vida tem essas nuances e a gente precisa aprender a lidar com elas.
O que mais a motivou na conquista de seus objetivos?
Desde cedo, tive de lidar com as diferenças sociais e, de uma forma ou de outra, essas dificuldades me motivaram a conquistar algo maior na vida. Sem dúvida, o desafio me impulsiona.Tenho personalidade resiliente (que sabe superar as adversidades). Então consigo me renovar e me reinventar.
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Em 2009 na atração de Silvio Santos, que lhe deu a primeira oportunidade como animadora
Foto: SBT/Divulgação
Sente falta de alguma coisa do início da carreira?
Tenho saudade de subir no palco e cantar. Essa época foi muito boa, porque eu não só apresentava os programas como também fazia shows e via o público de perto. A música aproxima. Além disso, ela me fazia viajar pelo Brasil inteiro. Foi uma fase muito gostosa. Eu adorava cantar para as crianças e é uma delícia hoje ver meu filho assistindo aos vídeos. Ele ama as músicas que eu fazia, que eram mais educativas… Tenho o maior orgulho daquela época.
Atualmente, o que quer passar para o público?
Procuro divertir, entreter, mas também prestar serviço e informar… Essa é a missão do nosso programa.
Estar no ar aos domingos é uma responsabilidade maior?
No início foi um grande desafio. Minha estreia aos domingos precisou ser bem preparada. Fiz terapia, fonoaudiologia, me preparei internamente, pois estava acostumada a falar com um outro público. Mas fui bem recebida, graças a Deus.
E hoje qual é o desafio?
Já tenho 26 anos de carreira e, no ano que vem, completo dez atuando aos domingos. Para mim, é uma grande vitória. O desafio é me reinventar a toda hora, trazer pessoas competentes para perto de mim. Aprendi nesses anos que sozinha a gente não faz nada.
Eliana na época do grupo A Patotinha(a última à direita), em 1993 quando começou a carreira de cantora
Foto: Arquivo pessoal
Você é discreta com sua vida pessoal, mas contou sobre sua gravidez e também falou da separação em seu programa. Por quê?
Eu não sou atriz, quando subo no palco não interpreto um personagem, sou eu mesma. Então, se estou triste ou feliz isso transborda, aparece no palco, no meu programa. E essas notícias o público iria saber de alguma maneira. Então decidi ser a primeira a falar. Foi muito bom, me aproximou mais ainda das pessoas, me senti em paz. E é demasiadamente humano expressar os sentimentos. Sempre prefiro a transparência.
Como é a Eliana mãe?
Superatenta ao Arthur. Procuro ser extremamente zelosa e carinhosa com ele, porém também rigorosa. Meu filho é educado, mas como toda criança precisa de limites. E isso eu, o pai dele, e a avó procuramos dar bastante. Somos uma família próxima e ligada ao meu filho.
Clipe da música Galinha Magricela, em 2001
Foto: Marta Campos/Ag.Argos