Edson Celulari: “Não vivo de nostalgia, ela não alimenta ninguém”
Há três décadas na TV, o ator confessa que está feliz na pele do atrapalhado Felipe, de Guerra dos Sexos
Após quatro anos afastado da TV, Edson Celulari volta às novelas com Felipe, de “Guerra dos Sexos”
Foto: AgNews
Quando “Guerra dos Sexos” estreou, em 1983, Edson Celulari tinha 25 anos e estava se firmando na TV. A trama de Silvio de Abreu era sua sexta novela na Rede Globo. De lá para cá, o ator tornou-se um dos maiores galãs da emissora e acumulou sucessos em mais de três décadas de carreira. Hoje, aos 54 anos, Edson retorna à TV na nova versão do folhetim e quebra um jejum de quatro anos sem fazer novelas.
Feliz com o novo trabalho, o ator também não tem do que reclamar da vida afetiva. Em janeiro deste ano, ele assumiu o namoro com a atriz Karin Roepke. Esta é a primeira relação de Edson desde que ele se separou da atriz Claudia Raia, em julho de 2010, depois de 17 anos de casamento.
Sobre a ex-mulher, o ator fala com carinho e afirma: “Meus filhos têm uma excelente mãe”. E para por aí. Reservado, Edson evita expor sua vida pessoal e muda de assunto quando o tema é esse.
Você interpretou o Zenon na trama original de “Guerra dos Sexos”, em 1983. Como é participar também desta nova versão?
Quando o Jorginho (Jorge Fernando, diretor-geral) e o Silvio (de Abreu, autor) me chamaram, disseram que queriam zerar tudo. Eles desejavam iniciar a novela sem criar expectativas. E, para mim, Guerra dos Sexos é uma trama muito presente na minha história. Foi o meu primeiro grande trabalho com o Silvio de Abreu.
Tarcísio Meira viveu o Felipe em 1983. Você lembra a atuação dele? Existe uma preocupação de fazer igual?
Eu tenho uma memória muito feliz do trabalho do Tarcísio como o Felipe. Também lembro de outros atores da novela, como o Paulo (Autran) e a dona Fernanda (Montenegro). Mas eu tenho uma capacidade de zerar a memória. O trabalho anterior foi maravilhoso e reverenciamos tudo o que foi feito, mas é impossível ficar preocupado em fazer algo parecido. É claro que não vamos conseguir isso. A gente vai ler e intuir sobre esse novo trabalho.
Consegue identificar características suas no Felipe?
Eu vejo o Felipe muito distante de mim. É um personagem que está composto com uma personalidade própria, com movimentos bem particulares.
É um personagem diferente do que você já fez na TV…
A figura dele é algo que eu nunca apresentei em outro trabalho. Isso é muito bacana para o ator. É o que nos dá prazer para vir ao estúdio durante quase um ano para contar essa história. E vale muito a pena!
Você está gostando de fazer uma comédia na telinha?
Acho tão difícil fazer comédia. Eu adoro! É um exercício que eu fiz poucas vezes, mas que gosto muito. O ator tem que se permitir fazer musical, comédia, drama… Ele tem que divertir. É isso o que eu faço!
Você já interpretou inúmeros papéis na televisão. Não sente saudade de nenhum deles?
Eu não tenho nostalgia nenhuma. Eu não vivo de nostalgia, ela não alimenta ninguém . Vou explicar como lido… Por exemplo: “Que Rei Sou Eu?” está sendo reprisada (no Canal Viva) e, de vez em quando, eu assisto. Eu olho e penso: “Caramba! Que trabalho legal”. Mas acho que isso acontece com todos nós. Tenho uma boa relação com o passado. Eu não me apego a nenhum personagem ou trabalho que fiz. Acho legal ter esse distanciamento.
Seus filhos assistem à novela?
Acredito que sim. O telespectador dessa faixa das 19h rejuvenesceu. O Enzo tem 15 anos e a Sophia está com 9. Acho que a novela é do gosto deles.
E você já tem algum projeto profissional em vista para assim que terminar de gravar a novela?
Vou participar de um novo musical. É um projeto do Miguel Falabella. Ele está adaptando “Memórias de um Gigolô” (romance de Marcos Rey, que virou minissérie na Globo em 1986, com Ney Latorraca). A história se passa em São Paulo, nos anos 1920, nos bordéis, ao som de tango. Vou tentar cantar, dançar… Já disse ao Miguel: “Posso tentar cantar, posso tentar dançar, mas não os dois ao mesmo tempo.” Ele morre de rir!