Domingos Montagner: “Ser galã na TV foi uma consequência inesperada”
Focado em seu primeiro protagonista, o presidente Paulo Ventura, da minissérie O Brado Retumbante, Domingos Montagner garante não se envaidecer com o rótulo de sex symbol
Domingos Montagner: protagonista de O Brado Retumbante
Foto: Divulgação/TV Globo
De volta à TV em “O Brado Retumbante”, como o presidente Paulo Ventura, Domingos Montagner, que teve seu trabalho reconhecido nacionalmente como o capitão Herculano, de Cordel Encantado, aos 49 anos, fala com entusiasmo sobre a oportunidade de encarar seu primeiro protagonista. “O convite me deixou muito honrado. Isso me aguça o senso de responsabilidade e é um estímulo muito forte ter este reconhecimento dentro da casa”, diz o ator.
Apesar de ser iniciante na telinha, o bonitão, que garante não se envaidecer com o posto de galã, provou que de bobo não tem nada. Ele não só acumulou experiências profissionais como provou ter aprendido direitinho a frase preferida de alguns famosos: “Não falo sobre minha vida pessoal”. Sempre muito educado, Montagner utiliza desse artifício sempre que precisa se esquivar de alguma pergunta. Espertinho, não?
Como é sair de Cordel Encantado, uma novela das 6, e ir direto protagonizar uma minissérie?
Fiquei feliz e honrado com o convite. Só fiz a novela, praticamente o único trabalho grande. Quando (os diretores) Ricardo (Waddington, diretor de núcleo) e Gustavo (Fernandez, diretor-geral) me chamaram, perguntei: “Tem certeza mesmo (risos)?”
Fale um pouco sobre seu personagem…
Ele é um advogado que tem uma proposta, uma ética política muito grande e volta sua vida para isso. Torna-se deputado federal e isso o leva de uma hora para outra à Presidência da República. O grande dilema é a dificuldade de um homem comum, que nunca teve na vida um projeto de carreira política, virar o governante da nação.
Quais foram as referências que você buscou para compor o Paulo Ventura?
Ele é um personagem que não é um político de carreira. Não tem cacoetes e nem o perfil de um político. Lógico que fiz algumas observações de comportamento e oratória… Mas talvez seja mais para fugir disso do que para cair. A minissérie aborda muito a vida pessoal. Ele é político, é pai, esposo, amigo… Procurei me ater à personalidade dele como ser humano, e não a de um político.
Protagonizar causa alguma ansiedade?
Sim, ansiedade e um senso de responsabilidade. Estou muito lisonjeado, porque o trabalho é ótimo, a minissérie é excelente e o personagem também. É uma equipe muito coesa e estou bem satisfeito.
E essa parceria com Maria Fernanda Cândido?
Melhor impossível. Não a conhecia e foi um grande prazer trabalhar com ela. Tivemos um ótimo desenvolvimento dentro da minissérie.
Já se acostumou com o posto de galã?
Ser galã na TV foi uma consequência inesperada. Mas encaro isso até como uma função… O galã tem uma função dramatúrgica e eu tento cumprir. Quando a gente começa a se envolver com o que a nossa imagem provoca no imaginário das pessoas, tendemos a confundir o nosso trabalho com a fantasia, e aí a gente começa a se perder. Por isso, prefiro me manter dentro do meu trabalho e ficar muito grato pela repercussão positiva dele.