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Channing Tatum: “Gosto de desafio, não quero ficar fazendo só o que já sei que posso fazer”

Errou quem achava que o fortão Channing Tatum estava fadado a fazer só filmes de ação. Ele virou ator versátil e disputado, roteirista e produtor e quer arriscar-se como diretor. Hoje até se dá ao luxo de dizer que um trabalho deve valer muito a pena para lhe roubar o tempo com a filha

Por Mariane Morisawa (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 11h48 - Publicado em 31 jan 2015, 06h00

Channing Tatum é o protótipo do astro que Hollywood vem buscando desesperadamente: alto, forte, traços marcantes e, de quebra, uma personalidade que nada tem de diva – naquele sentido negativo em que o termo costuma ser usado. Ele, pelo contrário, é um sujeito bacana. E enxerido – aí no bom sentido. Podia ter ficado para sempre em filmes de ação, como G.I. Joe – A Origem de Cobra (2009), ou, no máximo, estrelar uma ou outra trama romântica, como Querido John (2010). Mas, aos 34 anos, o ator sempre surpreende. Em uma espécie de inversão de expectativas, o fortão levou um monte de pancada de uma mulher, a lutadora de MMA Gina Carano, em A Toda Prova (2011), trabalho que iniciou sua parceria com um dos diretores americanos de maior prestígio, Steven Soderbergh. Depois, no sucesso Anjos da Lei (2012), mostrou que também podia ser engraçado. Ainda contou a própria experiência como stripper (sim, ele não esconde que já foi um) em Magic Mike (2012), outro de Soderbergh. Agora, confirma, sem sombra de dúvida, que é bom ator em Foxcatcher – A História Que Chocou o Mundo, de Bennett Miller.

A verdade é que Channing Tatum – ou Chan, apelido adotado pelos mais próximos – gosta de desafiar opiniões preconcebidas sobre ele. “Vejo quase como uma vantagem as pessoas acharem que sou só uma determinada coisa, porque isso significa que eu tenho todas as cartas.” O que o ator quer dizer com a metáfora é que, assim, tem o controle do jogo, pois só ele sabe o que está preparando e vem por aí, sem grandes expectativas. No entanto, admite que nem ele sabia se seria capaz de interpretar um papel tão complexo quanto o de Mark Schultz, de Foxcatcher, filme que já ganhou prêmio no último Festival de Cannes e concorre a três Globos de Ouro neste mês.

Mas gosto de enfrentar um desafio, não quero ficar fazendo só o que já sei que posso fazer”, completa ele, rindo.

Mark, personagem da vida real, levou medalha de ouro de luta livre na Olimpíada de 1984 e foi campeão mundial em 1985 e 1987, seguindo os passos do irmão mais velho, Dave. Ambos foram convidados pelo bilionário John DuPont (Steve Carell) para treinar em sua propriedade. Mark aceitou. Só que DuPont era vaidoso e tinha um comportamento bizarro, que foi piorando até culminar no assassinato de Dave. “Fiquei aterrorizado em acabar arruinando o filme”, conta. “Sabia que tinha de fazer justiça ao personagem.” Então, jogou-se na preparação: conversou com o verdadeiro Mark Schultz, adquiriu sua postura, treinou luta livre por cinco meses. “Foi doloroso.”

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O resultado é denso, até sombrio. Nada a ver com o jeito bem-humorado e desencanado do ator. Ele não hesita em contar que, quando leu o roteiro pela primeira vez, oito anos atrás, não entendeu e, por isso, não se interessou em fazer. Desde então, o crescimento dele é evidente. Nascido em uma cidadezinha do Alabama, filho de um construtor de telhados e uma funcionária de companhia aérea, ele foi criado no Mississippi, depois na Flórida. Chegou a cogitar uma carreira no futebol americano, mas as notas nunca foram suficientemente boas para deslanchar no esporte na universidade – e ele largou a graduação rapidinho. Diz que, em busca de aventura e por ser fã de dança, foi parar em um clube de strip (passagem da vida que volta às telas em breve, no segundo Magic Mike). Mudou-se para Los Angeles, onde trabalhou em telhados, como o pai, até ser descoberto, virar modelo e estrelar anúncios. Dez anos atrás, tornou-se ator após frequentar apenas algumas aulas. Aprendeu na raça.

Em meio à recente onda de sucesso, estreou em outro papel: o de pai. Em maio de 2013, nasceu Everly, fruto da relação com a atriz Jenna Dewan, que conheceu em 2006 no set de Ela Dança, Eu Danço. Casaram-se três anos depois. “Hoje, os trabalhos precisam ser muito importantes para eu aceitar, pois perco momentos com minha filha que nunca mais voltarão”, diz. “Estou aqui dando entrevista e não vou poder dar banho ou colocá-la para dormir.” Quando ela crescer, pretende aconselhá-la a “ter clareza sobre o que quer na vida e o que está disposta a fazer para chegar lá”. Antes, porém, deve mimá-la bastante.

O problema para a vida familiar é que os convites não param. E vêm de gente como Quentin Tarantino, com quem filma The Hateful Eight, e Joel e Ethan Coen, com quem faz Hail, Caesar!. Tatum também conquistou um de seus papéis de sonho, o X-Men Gambit. Não é só: “Hoje, escrevo roteiros, produzo e até financio filmes. O próximo passo é dirigir. Vou falhar muito, mas espero aprender com o tempo”. Alguém duvida de que conseguirá? 

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