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Carmo Dalla Vecchia: o vilão todo bom de Amor Eterno Amor

Aos 41 anos, o ator comemora o personagem Fernando na novela da Globo

Por Liliane Oraggio (colaboradora)
Atualizado em 27 out 2016, 23h28 - Publicado em 26 abr 2012, 22h00

Carmo Dalla Vecchia: o vilão de “Amor Eterno Amor”
Foto: TV Globo/Divulgação

Assim, à primeira vista, não há dúvida: Carmo Dalla Vecchia, 41 anos, no auge da testosterona, é o “todo bom” no sentido safado da expressão. Carmo seduz e se protege, pois nem a fama conquistada como galã global (agora ele encarna o vilão Fernando, na novela das 6, Amor Eterno Amor) conseguiu libertá-lo da timidez de berço.

Os primeiros passos
Aos 10 anos, o garoto nascido na pequena Carazinho, interiorzão do Rio Grande do Sul, já tinha uma angústia maior do que podia compreender. “Eu me lembro de olhar pela janela do apartamento (àquela altura, a família havia se transferido para Santa Maria, também no interior gaúcho) e ficar aflito de ver que a cidade terminava dali a 800 metros. Eu queria sair de lá de qualquer jeito. Cresci rodeado por montanhas e natureza. Pai bancário. Mãe dona de casa. Duas irmãs mais velhas. Tudo muito parado, cada um com a sua vidinha e pronto”, conta Carmo, que demorou a se livrar dessa. Até que ele descolou um curso de modelo.

O curso era ok, mas a timidez proverbial continuava lá e deu as caras, vitoriosa, num concurso de modelos em São Paulo. Carmo tinha 19 anos e saía pela primeira vez da casa dos pais para participar da prova. “Não deu certo: eu era um bicho do mato, não entendia a cidade grande. Assustei e voltei para casa. Entrei para a faculdade de educação física, mas não consegui aquietar. Até que, dois anos depois, um amigo foi morar no Rio e me chamou. Fiz aulas de teatro na Casa das Artes de Laranjeiras e a vida começou. Deixar a minha terra foi a coisa mais difícil que fiz até hoje, mas valeu a pena”, lembra Carmo. Depois de um ano na CAL, ele foi chamado para os testes da minissérie Engraçadinha (1995), baseada no texto de Nelson Rodrigues. O garoto era tão lindo e bom de cena que ganhou o papel de Durval, par romântico incestuoso da protagonista, ninguém menos que Claudia Raia.

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Aditivo contra a timidez
Garimpando um papel menor aqui, outro ali, em 2000 foi fazer Chiquititas, no SBT. A telenovela para o público infantil era uma parceria com um canal de televisão da Argentina e, numa das viagens para lá, Carmo conheceu o budismo da linha Nitiren Daishonin. “Me tornei praticante e hoje sou dirigente da comunidade de Ipanema, onde moro. Isso deu um sentido mais profundo à minha vida. A ética e o respeito do budismo norteiam tudo que faço”, diz Carmo, que é de família católica e durante a entrevista até rezou o pai-nosso em alemão, aprendido com o avô materno. Na carreira de ator, a ralação continuava: mais papéis discretos em novelas e minisséries, mas o dinheiro ainda era curto. Carmo faxinava o próprio apartamento e andava de ônibus. Persistiu até ser escalado para um papel de mais destaque em Cobras & Lagartos (2006). Depois vieram A Favorita (2008), Cama de Gato (2009), Cordel Encantado (2011) e, agora, Amor Eterno Amor. “Para construir o personagem, vi todos os filmes de Hitchcock e me baseei em A Suspeita (1941), no qual Cary Grant faz o vilão sedutor, alegre, que até o fim deixa a dúvida se é bom ou é mau. O personagem Fernando vai fazer muita coisa errada para preservar a mulher que ama.”

Vida fora da TV
Além das fotos, das gravações diárias e das várias reuniões semanais no templo budista, Carmo faz aulas de guitarra, francês, inglês, malha seis vezes por semana e acerta a postura com pilates. Há cinco anos, é assíduo nas sessões semanais de psicanálise. “Não fui lá em crise. Estava bem, mas queria me conhecer melhor. Saber, afinal, por que tenho a grande necessidade de que os outros gostem de mim. É muito chato. E só posso ser um bom ator se agradar mais a mim mesmo. Hoje me sinto muito tranquilo em relação a isso. Tô medicado”, diz, brincando. E ser tão bonito ajuda ou atrapalha? “Bonito é o Cauã (Reymond), embora eu admita que me cuido bastante. O que atrapalha mesmo é quando a beleza é muita e a pessoa é muito boba, abre a boca e se destrói na sua frente. Se não fosse tão bonita, o choque pela falta de inteligência seria menor.” Carmo afirma não ter medo de envelhecer, mas quer tornar-se um galã maduro e charmoso, como Clint Eastwood, referência para ele.

Cantadas desastradas
O tímido porém loquaz Carmo Dalla Vecchia só se cala na hora de falar sobre a própria vida amorosa. Não conta nada, não liga pessoas a fatos, nada, nada! Admite apenas que, diferentemente de seu vilão, jamais mentiria para conquistar ou manter alguém a seu lado. O que mais o seduz? “Talento, personalidade forte, generosidade.” Para driblar o assédio, se camufla com boné e óculos escuros, mas não deixa de comprar jornal na esquina. Mesmo diante das cantadas mais desastradas, não reage. “A pior foi a de uma senhora, na época em que eu fazia o jornalista Zé Bob, em A Favorita. Ela se insinuou dizendo: ‘Faz uma matéria comigo. Depois eu conto qual é a pauta’. Passei reto. Dizer o quê, não é?” E posar nu, nem pensar? “Nunca!”

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