Bate-papo com Giovanna Antonelli
Jorge Brasil entrevistou Giovanna Antonelli, que agora entra em "Viver a Vida" para fazer o papel de Dora, uma mulher que, segundo a atriz tem temperamento forte, mas não chega a ser uma vilã
Giovanna Antonelli
Foto: Rafael Campos
Reencontro
“Ah, estou muito feliz por poder reencontrar Manoel Carlos. Nossa, foram quase dez anos, desde a Capitu (de Laços de Família/2000). Estou amarradona mesmo, principalmente, porque ainda vou trabalhar de novo com o Jayme (Monjardim, diretor de O Clone/2001 A Casa das Sete Mulheres/2003, estrelados pela atriz). Aceitei a personagem de olhos fechados. Não tinha detalhe de perfil, nada. Só disse a eles: ‘Tô dentro! Quando tiver os capítulos me manda! ‘ (risos)”.
Taís Araújo
“É uma delicia trabalhar de novo com ela também. E a gente já esteve o ano inteiro juntas, na propaganda da Marisa (loja de departamentos). Volta e meia estamos juntas. A gente se conhece desde 1995, quando começamos na novela Tocaia Grande, da Manchete. Depois fizemos Da Cor do Pecado (2004) e agora vou fazer maldades de novo com ela (risos). O bom é que temos humor. Quando brigávamos na novela do João Emanuel (Carneiro), a gente ria muito, depois se preocupava: ai meu Deus, machucou?. Sempre tivemos muito cuidado e um carinho eterno uma pela outra.”
É bom ser odiada?
“Não gosto… Quer dizer, pensando na personagem, é legal ver que as pessoas embarcaram na sua e reagiram a tudo que ela faz. Não sei o que dizer ainda da Dora, que tipo de vilã ela vai ser. Já me perguntaram se ela teria algo da Bárbara (de Da Cor do Pecado), mas nada a ver. Já tem cinco anos… Nenhum vilão é igual ao outro. Dora é uma mulher comum, mas com uma personalidade forte. Bárbara tinha uma loucura… As vilãs do Maneco são pessoas normais, por isso, podem ser mais perigosas. Com a Capitu foi assim. Ela era uma garota de programa sem estereótipos, que poderia ser a filha de um amigo, a sobrinha de alguém… É uma delicia fazer personagens tão humanos.”
Novo visual
“Quem está cuidando de mim é o Fernando Torquato, junto com a equipe caracterização da novela. Foi ele quem conceituou os visuais de todos os personagens. Estou com o cabelo enrolado agora… Há muito tempo que não uso esse cabelo, acho que desde a Jade (de O Clone). Torquato botou um castanhão, mas está tudo natural.”
Vivendo a vida!
“Não tem segredo para saber viver. Acho que é só acordar bem, ter bom humor, ser generosa, ter educação, tratar bem o próximo, enxergar as outras pessoas, não ser egoísta… Isso é tudo o que eu acredito que alguém precisa para viver bem. É fundamental você estar em harmonia com todo mundo, viver em paz. Eu odeio atrito, confusão, briga, discórdia, mentira, então, tento manter a minha vida mais limpa possível. É claro que, às vezes, dou uns tropeços, mas procuro aprender com eles também.”
Preconceito
“Preconceito é uma babaquice. Em qualquer situação. Uma palavra chata, feia. Ninguém tem direito de ter preconceito com nada ou está apto a julgar o outro. Como a Tais, que é uma das mulheres mais lindas do Brasil está fazendo a Helena, tomara que venham milhares de outras Helenas de todas as cores, raças… Camila Pitanga também é a protagonista de Cama de Gato, isso é maravilhoso. Ter preconceito é uma coisa muito antiga. È um saco. Ser julgada por sexo, cor de pele, religião… Gente vamos acordar! Tem milhões de outras coisas acontecendo no país, mas as pessoas se calam, ficam anestesiadas e perdem tempo com preconceito. Tinha que ter preconceito é com político ladrão.”
Superação
“Um dos temas de Viver a Vida é mesmo a superação. Já passei por várias, só que nenhuma que me marcou. Quando supero algo, viro a página. Não guardo coisa ruim, mágoa ou ressentimento. Deixo dentro de mim só o que for bom!”