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Aquele Beijo: Ricardo Pereira se inspira em amigos para viver um paraplégico

Ator de "Aquele Beijo" participou de um programa de combate à exclusão social

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 16 jan 2020, 15h58 - Publicado em 12 mar 2012, 21h00
TV Globo/Divulgação (/)
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Ricardo Pereira fala da nova fase de seu personagem em “Aquele Beijo”
Foto: TV Globo/Divulgação

Nos últimos capítulos de Aquele Beijo uma tragédia mexeu com a emoção do público: Vicente (Ricardo Pereira) ficou paraplégico. A nova fase do personagem é um desafio para Ricardo Pereira, que se preparou intensamente para as cenas. Além da pesquisa, ele também está usando sua própria experiência de vida. “Tenho vários amigos que se tornaram paralíticos”, revela.

“É um desafio muito bacana. As pessoas estão acostumadas a ver o Vicente feliz, super otimista, encarando os desafios super bem. E agora ele está tendo a maior contrariedade da vida dele. Na vida de qualquer ser humano é muito complicado quando isso acontece”, diz Ricardo Pereira. Ele conta que assim que soube o que aconteceria com Vicente, começou a pesquisar a maneira como as pessoas que passam pelo mesmo trauma reagem, física e psicologicamente. “Há várias formas de lidar. Eu construí uma reação mais revoltada com o mundo. Ele está incrédulo, não entende como é que isso aconteceu com ele. Procurei ver um montão de filmes. Um filme muito bacana, que me deu muitas dicas, foi o Nascido em 4 de Julho, com o Tom Cruise. Ele é um cara que teve essa contrariedade por causa da guerra, um cara com muita força, muita determinação por fora, mas que por dentro está muito consumido”, conta Ricardo Pereira.

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Além desse trabalho de investigação como ator, Ricardo também traz para o personagem uma rica experiência de vida como embaixador do “Programa Nacional do Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social (AECPES)”, instituído em 2010 pela União Europeia. Durante esse período, ele conheceu de perto os problemas de inclusão social em Portugal – inclusive aqueles que impedem a plena integração de cadeirantes. “Eu falava muito disso, das diferenças, de criar uma forma de vida para as pessoas se sentirem totalmente adaptadas ao mundo. Eu trabalhei com muitas pessoas com quais infelizmente aconteceu isso, e que deram a volta por cima. Hoje são pessoas super integradas socialmente”, analisa o ator, enfatizando o aprendizado desse período.

Ele também está usando o que aprendeu com amigos que passaram por problemas parecidos. Entre eles, ele cita o apresentador de TV português Salvador Mendes de Almeida, que ficou tetraplégico após um acidente de moto sofrido aos 16 anos. Escritor, Salvador também fundou uma associação que defende os direitos das pessoas com deficiência motora.

Tanto trabalho já está dando frutos, visíveis na reação do público quando encontra o ator na ruas. “Estou recebendo das pessoas um retorno incrível, porque elas já estavam tão envolvidas com a história desse cara, torcendo tanto por ele, que quando veem ele nesse estado ficam muito tristes”, conta Ricardo. A torcida dele é para que o personagem dê a volta por cima, mas lembra: “Mas quem manda nisso é nosso soberano, Miguel Falabella. Vamos ver.”

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