Gaga dá resposta incrível após duvidarem dela ter sido estuprada
O jornalista Piers Morgan usou o Twitter para atacar Lady Gaga, mas ela não ficou calada.
Lady Gaga é uma mulher e tanto! Vítima de um estupro, quando tinha apenas 19 anos por um produtor musical 20 anos mais velho do que ela, ela reuniu forças para seguir em frente e construir uma das carreiras mais respeitadas do mundo da música. Sobre o abuso, em 2014, ela falou: “Eu não queria ser definida por isso. Ficaria chateada se alguém dissesse que todas as coisas criativas e inteligentes que fiz estavam sob a sombra do que aquele escroto fez comigo (…) Aquilo me pegou de jeito. Eu estava tão traumatizada que só tentei seguir em frente. Eu só queria sair daquilo… Eu sequer estava disposta a admitir que algo tinha acontecido”.
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Não bastasse isso, recentemente, a cantora revelou sofrer de Estresse Pós-Traumático (PTSD), uma doença mental desencadeada após a pessoa passar por algum evento chocante. No caso da artista, o problema foi desenvolvido após a rotina insana de trabalho, além da pressão midiática. “A experiência de me apresentar noite após noite sofrendo de dores físicas e mentais criaram um trauma em mim revivido quando vejo ou escuto coisas que me lembram daqueles dias”, contou.
Pois bem. O jornalista Piers Morgan, bastante famoso na Inglaterra, resolveu usar a posição dele de influenciador para questionar a veracidade das afirmações dela.[ironia]Porque, afinal de contas, após sofrer um estupro e precisar lidar com uma doença mental, talvez, pelo resto da vida, ela precisa mesmo que duvidem da palavra dela [/ironia].
No Twitter, ele escreveu:
“Eu venho de uma grande família militar. Me irrita quando celebridades alegam ter estresse pós-traumático sobre tudo para se promoverem”. E continuou: “Lady Gaga e Madonna fizeram alegações de estupro anos depois ao evento. Sem queixa policial, sem acusação e sem julgamento.Eu não acho que todas as alegações de estupro deveriam ser necessariamente aceitas como fato sem uma devida investigação policial. Vocês acham?”.
Mas, surpreendentemente, em vez de atacá-lo na mesma moeda (e ela tinha todo o direito para isso), a cantora resolveu responder com gentileza:
“Eu trabalhei com o vice-presidente [dos Estados Unidos], Joe Biden, em ajudar a educar as pessoas sobre os motivos das mulheres não denunciarem, adoraria compartilhar isso com você em algum momento. Também adoraria falar sobre PTSD (Estresse Pós-Traumático), que não é apenas uma transtorno/doença “militar”. Existe uma epidemia na saúde mental dos jovens. Se tem alguém na sua família que sofre com isso, eu rezo para que eles tenham mais dias bons do que ruins. Isso afetou a mim e a toda a minha família”.
Além da resposta educada, ela aceitou ser entrevistada por ele. Piers continuou os ataques:
“Eu admiro Lady Gaga por concordar em ser entrevistada após os meus comentários. Vai ser uma conversa fascinante. Vou preparar meu terno de carne”.
Mas ela finalizou como a ~Lady~ que é:
“Se você continuar a me envergonhar mesmo eu aceitando de bom grado uma entrevista com você, irei com todo o prazer do mundo ser entrevistada por outra pessoa”.
Entre outros feitos, como a criação Born This Way Foundation, dedicada ao auxílio de jovens LGBT, em 2015, a cantora rodou os Estados Unidos para conscientizar sobre a violência sexual contra as mulheres nas Universidades norte-americanas.
A música “Til It Happens To You”, composta por ela e Diane Warren e trilha-sonora do documentário “The Haunting Ground”, com a mesma temática, foi indicada ao Oscar deste ano. O refrão da canção é bem emblemático:
Até que aconteça com você, você não sabe como é, como é. Até que aconteça com você, você não saberá, não será real. Não será real, não vai saber como é.
Assista ao videoclipe:
Não importa a situação, quando o sexo não é consensual, é estupro, sim.
Precisa denunciar? A vítima (ou quem deseja reportar um abuso) deve ligar para o 180. A denúncia é encaminhada para os órgãos competentes, que irão averiguar o crime. Caso tenha condições, a pessoa deve ir imediatamente a uma delegacia de polícia mais próxima o possível ao local dos fatos. Os criminosos podem ser indiciados até 6 meses depois de que a vítima toma conhecimento de sua identidade.