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Ex-presidente do Grammy acusa prêmio de racismo, sexismo e corrupção

Após ser afastada, Deborah Dugan decidiu processar a companhia e decidiu expor a conduta da Academia.

Por Da Redação
Atualizado em 21 set 2020, 09h36 - Publicado em 24 jan 2020, 15h21

Menos de uma semana antes da cerimônia do Grammy 2020 – que ocorrerá no próximo domingo (26) – a organização do prêmio se envolveu em diversas polêmicas incluindo acusações de assédio sexual, corrupção e estupro. Tudo começou com o afastamento de Deborah Dugan do cargo de presidente da Recording Academy, instituição responsável pela premiação, pouco mais de 5 meses após ter assumido – ela, inclusive, foi a primeira mulher no cargo. A empresa alegou que o afastamento teria ocorrido por má conduta da funcionária, mas não é o que Deborah afirma.

Segundo ela, a demissão ocorreu apenas três semanas depois de ela ter enviado um e-mail para o setor de recursos humanos da Recording Academy, no qual anexou um processo de 46 páginas em que aponta diversas irregularidades e crimes da “liderança historicamente dominada por homens” da Academia.

Assédio sexual

No processo, Deborah acusa o conselheiro geral da Recording Academy, Joel Katz, de assédio sexual. Eles jantaram juntos em maio de 2019 exclusivamente para tratar de negócios e, na ocasião, Katz teria chamado a ex-presidente de “linda”e “querida” diversas vezes, além de tentar beijá-la. Ela também expôs a história em sua participação no programa americano “Good Morning America”. “Durante todo o tempo eu sentia que estava sendo testada para ver quanto eu ia aguentar. Eu percebi que aquilo era maneira de demonstrar poder”, contou.

Joel Katz (Lester Cohen/Getty Images)

O acusado nega que tenha cometido assédio. Em um comunicado divulgado por seus advogados, o executivo diz que o jantar foi completamente profissional e que haviam diversos outros membros da Academia jantando no mesmo restaurante. Além disso, os advogados questionam o fato de Deborah só ter feito a denúncia sete meses depois do ocorrido.

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Estupro

Outra parte do processo diz respeito a uma acusação de estupro contra o ex-presidente da Recording Academy, Neil Portnow. Deborah conta que, antes de assumir o cargo, foi chamada para uma reunião confidencial com uma “artista estrangeira”, cujo nome não foi revelado, e lá descobriu que essa mulher havia sido estuprada pelo executivo depois de um show no Carnegie Hall. De acordo com a ex-presidente, parte dos membros do Conselho da empresa também não sabiam do ocorrido.

Neil Portnow (Theo Wargo/Getty Images)

“Um psiquiatra confirmou que a relação sexual entre a artista e Neil Portnow provavelmente não foi consensual”, diz um trecho do documento.

Assim como Katz, Portnow negou as acusações em um comunicado. No texto, ele também relembra a edição de 2018 do prêmio, em que ele afirmou que as mulheres deveriam “aumentar o nível” para concorrer e vencer o Grammy.

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“Já me desculpei e me arrependo muito por ter ofendido tantas pessoas. Depois disso, eu agi e propus que a Academia criasse uma força-tarefa para rever questões de diversidade e inclusão no prêmio”, afirmou Portnow.

Corrupção

A terceira acusação presente no processo de Deborah é a de que existem casos de compra de votos na Academia de Gravação, cujos membros escolhem os vencedores anualmente. De acordo com ela, existem “comitês secretos” que decidiam quais seriam os indicados de cada categoria, ignorando os 12 mil membros votantes, e que assim eles promoviam artistas com quem tinham relacionamentos pessoais. Além disso, era permitido ao comitê indicar artistas que não estavam na lista inicial de 20 nomes possíveis para uma categoria.

Segundo Deborah, o “clube dos meninos”, responsável pelas votações, promovia atitudes sexistas e repudiava artistas do rap e R&B. Em resposta, mulheres que fazem parte do comitê, como Tammy Hurt, Christine Albert, Leslie Ann Jones e Terry Jones, negaram as acusações da ex-presidente e afirmam que elas não teriam sacrificado tanto tempo de sua carreira na empresa se o sistema funcionasse desse jeito.

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