Eliminei 20 kg em seis meses
Chá, regime e caminhadas me ajudaram a dar a volta por cima depois da síndrome do pânico
Antonia comia o dia inteiro para se consolar
Foto: Arquivo pessoal
Nunca tive problemas para manter meus 60 kg em 1,68 m de altura até os 20 anos. Mesmo na gravidez dos meus dois filhos eu só engordei 10 kg cada vez. O problema foi depois do nascimento do Júnior, o segundo, há sete anos. Na época eu me mudei para longe dos meus parentes e tinha de cuidar do recém-nascido e da Isabele, de 1 ano e 8 meses. Às vezes a Isabele chorava de fome enquanto eu ainda estava amamentado o Júnior. Tornei-me ansiosa por receio de não dar conta dos bebês. Para compensar o estresse passei a comer muito. Tanto que pulei dos 70 kg de depois da gravidez para 98 kg em apenas seis meses.
Pior do que engordar, passei a ter medo de ficar só com as crianças. Eu começava a chorar assim que o meu marido saía para trabalhar, pois tinha certeza de que algo terrível iria acontecer. A comida se tornou minha válvula de escape. Era compulsão mesmo. Mal acabava de almoçar, já ia para a cozinha traçar um miojo com bife. Mesmo satisfeita, continuava a comer o dia inteiro, como que para me consolar da angústia.
Procurei um psiquiatra quando percebi que poderia estar com alguma doença. Foi diagnosticado que eu sofria de síndrome do pânico e transtorno de ansiedade. Comecei então um tratamento à base de remédios e terapia. Até pedi ao meu médico um remédio para emagrecer, mas ele explicou que eu deveria me curar do pânico primeiro, caso contrário iria ficar ainda mais ansiosa.
Emagreci 18 kg sem dieta ou remédio para emagrecer ao longo do tratamento contra o pânico, que durou um ano e meio. É que, eliminando a ansiedade, sumiu também a compulsão por comida. Além disso, passei a comer frutas nos intervalos das refeições e a beber 1 litro de chá verde por dia.
Curada do pânico, estacionei na casa dos 80 kg durante quatro anos. Pra quem já tinha pesado 98 kg eu me sentia ótima e apenas tomava cuidado para não engordar de novo.