Resolvi emagrecer para ficar bonita para
o meu marido
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Emerson nunca reclamou do meu peso, mas ele sentia na pele o preconceito de ter uma esposa gorda. “Ah, olha o tamanho da mulher do Emerson. O que ele viu nela?” Ninguém tinha coragem de falar na cara, mas diziam por trás, claro. “Eu vou emagrecer e as pessoas vão admirar a esposa bonita que você tem”, eu disse ao meu marido. Surpreso, ele respondeu: “Se é isso que vai fazer você feliz, eu te ajudo. Vamos começar a caminhar hoje mesmo!”.
O mundo é muito cruel com os gordinhos
O problema sempre foi minha ansiedade, meu vício por comida. Quando eu era pequena, comprava 12 cacetinhos (pães franceses). Então, dava dois para a minha mãe e comia os outros dez. Mesmo contra, a minha mãe me poupava de críticas. O mundo já é cruel demais com gordinhos.
Na adolescência eu sobrava nos bailinhos do colégio e era alvo de comentários maldosos. A sorte é que conheci o Emerson, o amor da minha vida. Começamos a namorar em 1995 e nos casamos cinco anos depois.
Quando eu me olhava no espelho via uma mulher bem longe daquela que idealizava ser. Não acredito em gordinho satisfeito com a própria silhueta. Ninguém gosta de usar manequim 50-e-tantos. Essa história de galã que se apaixona pela gordinha só existe em filmes. A vida real é diferente. Quer um exemplo? Anos atrás faltei no casamento de uma amiga (eu era madrinha!) porque não tinha um vestido que me caísse bem. Essa, sim, é a realidade!
Nessa rotina de engorda-e-emagrece, tudo piorou quando larguei o cigarro, em 2004. Para completar, quebrei o pé. Resultado: os ponteiros dispararam para os 110 quilos distribuídos em 1,60 metros. Meu corpo, cada dia mais cansado, dava sinais de alerta: as costas, as plantas dos pés, os joelhos… tudo doía.