Corredor de alma nova – e nordestina!
Os olhos passeiam por azulejos que são verdadeiras obras de arte, as mãos alcançam um livro ali na estante e as pernas encontram descanso em um belo banco. Tudo isso sem sair do corredor
“E pensar que, antes, isso aqui parecia um hospital: era uma brancura só”, brinca a blogueira Ana Medeiros ao descrever a área de 1,20 x 5,80 m – interligação de todos os cômodos da casa onde mora com o marido e o filho, em Gravatá, PE. Nesta reforma vapt-vupt, a moça fez valer o que ensina no blog A Casa Que a Minha Vó Queria, personalizando o espaço com criatividade e economia. “Começamos pelo lustre e fomos juntando ideias alegres. O que queríamos mesmo era reverenciar a cultura da nossa terra”, resume a pernambucana.
As surpresas do caminho
❚ O jeito inusitado de iluminar o ambiente surgiu a partir de um cesto de cipó (65 cm de diâmetro e 26 cm de altura), presente do pai de Ana – sim, ele já imaginava que a filha daria um uso nada convencional à peça!
❚ Cobrir o cesto com tinta spray bronze foi a primeira etapa. Depois, bastou passar quatro fios elétricos (50 cm) entre as tramas e instalar os soquetes e lâmpadas. Para a fixação no teto, foram usadas buchas específicas para gesso, ganchos metálicos e abraçadeiras de plástico.
❚ Os 11 nichos (30 x 28 x 30 cm* cada) que formam a estante foram encomendados a um artesão, que se valeu de duas chapas de OSB com o fundo pintado de verde para produzi-los. Já a composição do arranjo ficou a cargo do marido da moradora, o designer de interiores Leonardo Clímaco – foi ele também que fixou os módulos na parede munido de buchas, parafusos e cantoneiras metálicas.
❚ A faixa colorida conduz o olhar. “Pintamos só metade de uma das paredes para não sufocar o ambiente”, explica Ana. O tom verde-acinzentado é resultado da mistura de duas sobras de tinta.
Arte local em evidência
❚ Ao ganhar forração de chita, um banco de angelim (1,60 x 0,35 x 0,50 m) que estava dando bobeira na cozinha virou um dos destaques do corredor. A tira de tecido, com 2 x 0,60 m, foi pregada com grampeador de estofador.
❚ Dez azulejos decorados, que reproduzem xilogravuras típicas da região, enfeitam a passagem. “Gostamos tanto das peças que resolvemos colocá-las à venda em nossa loja online, então fechamos uma parceria com os artistas Manassés e Ivan Borges [ambos filhos de J. Borges, um dos mestres do cordel e da xilografia]”, conta Ana. Os truques para alinhar os quadrinhos ela ensina no blog -> Clique aqui.