Bem-resolvido: em casa de arquiteto o que não falta são soluções inteligentes
Neste apê de 54 m², os destaques são a marcenaria colorida, a integração dos ambientes e a planta bem-distribuída
Há dois anos, o arquiteto Bruno Wilson, sócio do escritório Oficina Coletiva, e sua mulher, a analista de sistemas Carolina Acosta Zago, compraram o primeiro apartamento, localizado em Guarulhos, SP.
A fim de transformá- lo em lar, eles elencaram suas preferências e necessidades e traçaram um plano para adequar o imóvel aos itens dessa lista – mesmo que isso significasse fazer escolhas pouco convencionais. O projeto, executado pela equipe de Bruno, explorou soluções tão funcionais como descoladas: um quarto inteiro foi planejado para abrigar roupas e calçados, as refeições são feitas com vista para a cidade e, no interior do apê, praticamente não há portas.
Por aqui, tudo azul
❚ A cozinha pequena não é problema para os moradores, que trabalham fora o dia todo e raramente preparam refeições em casa – tanto que nem se preocuparam em instalar coifa. “Reunimos somente itens indispensáveis em uma bancada única”, diz Bruno.
❚ O painel de azulejos que decora a parede da pia também inspirou o item de maior destaque no ambiente. “A Carol sugeriu usar a mesma cor da estampa das peças no acabamento dos armários”, conta o arquiteto. O charme extra fica por conta dos puxadores recortados na marcenaria – além do visual moderno, eles evitam esbarrões, sendo, portanto, recomendados quando a área é reduzida.
Ajustes milimétricos
❚ A divisória entre a cozinha e a sala de jantar (1) foi estendida em 30 cm para se alinhar com a parede em que fica encostado o banco (2) – tudo em nome da simetria. No quarto convertido em closet (3), o vão da porta foi ampliado para arejar o ambiente.
Trocando as salas
❚ Na maioria dos apês atuais, a sala de estar fica pertinho da varanda, e a de jantar, junto à cozinha. Pois Bruno e Carol fizeram o contrário. “Gostamos de assistir filmes e séries, por isso queríamos um canto bem confortável. Como a área originalmente destinada ao jantar é mais ampla, decidimos inverter as posições”, justifica o arquiteto. A medida ainda beneficiou o espaço das refeições, agora banhado pela luz vinda da varanda.
❚ A unidade visual é garantida pelo uso do mesmo piso nos dois ambientes e pela escolha do mesmo acabamento para o rack e o aparador.
Quarto com clima relax
❚ Com espessura suficiente (5 cm) para apoiar quadros leves, a cabeceira da cama é composta de três placas de compensado, de 1 x 0,60 m cada, posicionadas a 40 cm do chão e fixadas em um barrote aparafusado na parede. “Decidimos juntar três peças porque uma inteira, além de sair mais caro, dificultaria o transporte – não caberia no elevador, por exemplo”, lembra Bruno.
❚ Responsável por aquecer a decoração do ambiente, o visual de madeira crua da cabeceira também comparece no móvel misto de escrivaninha e aparador e no criado-mudo.
❚ Em vez de escritório ou quarto de hóspedes, os moradores preferiram converter o segundo dormitório em closet. Para isso, encomendaram um projeto de dois armários de MDF, equipados com cabideiros, nichos, gavetas e sapateiras.
Clean e no capricho
❚ Novos revestimentos clarinhos ajudaram a repaginar o banheiro.
❚ Tampo de concreto e cuba de apoio encimam o gabinete, que repete o visual da marcenaria da sala e os puxadores dos armários da cozinha.