O tapete indiano demarca o território do estar: ao avançar sob os pés dianteiros das poltronas e do sofá, garante elegância à composição. E também segurança, já que, presa pelos estofados, a peça não expõe a moradora ao risco de escorregões. A parede atrás do sofá reúne os quadros de modo harmonioso, porém livre de regras. Banco ripado: Nô, de 1,47 x 0,37 x 0,44 m. Fernando Jaeger. (Célia Mari Weiss/Minha Casa)
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Em 2006, quando comprou seu apartamento de 72 m², em São Paulo, a jornalista Rose Mara Pinheiro limitou-se a maquiar os problemas que mais a incomodavam. A cozinha, por exemplo, com quase três décadas de uso, tinha revestimentos gastos, que foram devidamente pintados. Três anos depois, o imóvel viu chegar a hora de protagonizar uma reforma de respeito. Além de substituir por completo as instalações hidráulicas, a proprietária integrou a área de forno e fogão à de mesa de jantar e sofá. “Gosto de receber os amigos, e o ambiente aberto permite que todo mundo se entrose”, justifica. Ela também refez os dois banheiros e abriu mão das dependências de empregada em prol de um closet e uma banheira de hidromassagem, duas grandes ambições. A remodelação, a cargo da designer de interiores Patrícia Ribeiro, do escritório Ribeiro Grober, aproveitou boa parte dos móveis existentes para manter o orçamento nos trilhos. Agora, o apê tem a medida certa para Rose e seus dois companheirinhos, os schnauzers Jack e Calvin.
1/24 Rose sempre destinou o segundo quarto aos visitantes. Porém, como o sofá só acomodava uma pessoa para dormir, foi transferido para a sala. Em seu lugar – mas agora sob a janela –, ficou o futon listrado de casal. Saiu o nicho, entraram duas prateleiras para livros. (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 2/24 O ambiente, tingido de um aconchegante tom areia (tinta acrílica Suvinil, ref. F108), incorporou a TV e a aparelhagem de home theater. O teto recebeu forro de gesso com tabica, moldura metálica que o afasta das paredes, dando a ideia de ser solto. A iluminação foi embutida. Tecido da cortina: gaze de linho, com 1,40 m de largura (Aladim Decorações). Prateleiras: duas tábuas de freijó (2,74 x 0,30 m cada). (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 3/24 Louças escuras e ainda por cima lascadas deixavam o banheiro de uso social sem um pingo de charme. Trocar os elementos de lugar constituiu a primeira providência – dispostos lado a lado, bancada da pia e vaso sanitário favorecem a circulação. O boxe também foi remanejado e até cresceu: de 80 x 80 cm, passou a ter 1,45 x 0,70 m. (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 4/24 Rose não gostava da janela baixa voltada para a lavanderia. O novo modelo, basculante, foi encaixado mais no alto, em nome da privacidade. A tinta acrílica fosca Arenito (ref. 50YR 31/160, da Coral) substituiu os azulejos das paredes.Bancada: de mármore branco cintilante (75 x 45 cm), com saia de 6 cm e frontão de 15 cm. (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 5/24 Gabinete: de freijó com verniz fosco (75 x 47 x 34 cm*). Cuba: modelo Quadrada de apoio com mesa L73 (35,5 x 41 x 15,5 cm), da Deca. Misturador: 1877 C, da linha Link, da Deca. Vaso sanitário: Duna, com caixa acoplada (36,5 x 63 x 76 cm), da Deca. (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 6/24 A designer Patrícia Ribeiro especificou o mesmo forro com tabica para o corredor e enfileirou as luminárias em uma das laterais, destacando uma área em geral sem graça. Luminárias do corredor: plafons embutidos IL 0097 (5,2 x 6 cm), da Interlight, para minidicroicas (Lustres Yamamura). (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 7/24 Uma bela bancada em L – a parte mais extensa mede 1,95 x 0,58 m – trouxe a tonalidade quente da teca ao cômodo agora aberto. Segundo a designer Patrícia Ribeiro, essa madeira de reflorestamento é resistente à água. (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 8/24 Da divisória entre os ambientes, restou apenas o trecho na lateral da geladeira. Como apoio para um lado e outro, há um balcão (2,15 x 0,45 x 1 m) com armário, cujas cinco portas se abrem para a cozinha. Marcenaria: da Dell Anno, linha Idria Concept Side Reflecta, de MDF com vidro. (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 9/24 Torneira: misturador de mesa Fast, da Deca. Filtro de água: o Single (9 x 25,5 cm), da Deca, é de parede e ocupa pouco espaço. Usa pó de carvão ativado. Revestimento de parede: linha Arquiteto Design, no tom Bege-Claro (9,5 x 9,5 cm), da Portobello. (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 10/24 A lavanderia não cresceu nem encolheu, mas seu espaço é muito mais bem aproveitado. Como agora não dá acesso a outro ambiente – o antigo quarto de empregada –, fechou-se a parede do fundo, que recebeu um gabinete com tampo livre. (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 11/24 Marcenaria: da Dell Anno, linha Idria Concept Side Reflecta, de MDF branco. W Dell Anno. Bancada do tanque: tampo de granito branco itaúna (90 x 55 cm), com saia de 4 cm e frontão de 10 cm (Granimármore). Luminárias de teto: duas peças embutidas 9007 (72 x 22 cm), para lâmpadas fluorescentes (Lustres Yamamura). (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 12/24 Destinados a armazenar utensílios e materiais de limpeza, surgiram ainda dois outros armários. O maior, com 2 m de altura, tirou partido do dente na alvenaria ao lado do tanque. Este foi embutido em uma bancada, arrematada na parte inferior por outro gabinete. (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 13/24 Pintada com tinta esmalte no tom verde-lousa, a parede que integra a área de jantar dá uma bossa divertida à decoração. As outras receberam revestimento cerâmico bege. Coifa de parede: Eros (0,60 x 0,45 x 1,30 m), da Falmec. De inox com painel digital (Fast Shop). Lustre: sobre a mesa de jantar, pendente ref. 36275 (40,5 x 15 cm), da Philips. (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 14/24 Pelas fotos anteriores à obra, nota-se como o mobiliário foi redistribuído. Se a mesa de jantar era vizinha da janela, nos dias atuais duas poltronas ocupam essa posição. (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 15/24 O tapete indiano demarca o território do estar: ao avançar sob os pés dianteiros das poltronas e do sofá, garante elegância à composição. E também segurança, já que, presa pelos estofados, a peça não expõe a moradora ao risco de escorregões. A parede atrás do sofá reúne os quadros de modo harmonioso, porém livre de regras. Banco ripado: Nô, de 1,47 x 0,37 x 0,44 m. Fernando Jaeger. (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 16/24 Diante da superfície vermelha (Pitanga Madura, ref. 14YR 10/434, da Coral) – originalmente verde –, o módulo com rodízios atua como guarda-louça, bar e rack para o som. Um banco ripado faz as vezes de mesa de centro, sem atravancar a circulação. (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 17/24 O espaço de 1,45 x 1,15 m, anexo à sala, fica reservado ao escritório doméstico de Rose. Em área tão compacta, que um dia já foi um terracinho, manter tudo em ordem é essencial: uma bancada em L aloca os equipamentos, enquanto prateleiras guardam livros. Já que sala, escritório e cozinha integram-se visualmente, os dois últimos ambientes receberam o mesmo piso de porcelanato. (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 18/24 Para o closet, a designer de interiores não viu a necessidade de instalar uma porta, que só roubaria espaço do compartimento já enxuto, com 1,85 x 1,85 m. A estrutura em U, de MDF branco, inclui prateleiras, cabideiros e gavetas. Closet: de MDF branco, feito sob medida. (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 19/24 Na configuração antiga, a jornalista contava apenas com um estreito guarda-roupa embutido – e o banheiro não comportava uma banheira. Agregar a metragem do quarto de empregada solucionou ambos os problemas. (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 20/24 A cabeceira de madeira natural é outra após ter sido coberta de espuma e revestida de sarja em tom cru – obra da costureira Maria José Donato. Móveis auxiliares brancos e baixos, como o criado-mudo, dão a sensação de menos volume, o que é bom em espaços reduzidos. Cortina: mede 1,70 x 2,40 m e tem pregas macho. (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 21/24 O acrílico Vermelho Picante (ref. 64RR 12/436, da Coral) tem sua intensidade suavizada pelo entorno branco. Em vez de designar a cor à parede atrás do leito, como já era, a designer Patrícia Ribeirto deslocou-a para as duas laterais. “Ficou inusitado e trouxe mais aconchego.” (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 22/24 Um vidro fixo, instalado na base de madeira ripada do boxe, basta para conter os respingos do banho de chuveiro ou de banheira – e pode sair bem mais em conta que uma porta convencional. Somente as paredes da área molhada levam revestimento cerâmico, o mesmo aplicado ao piso. Deques: da janela (1,49 x 1,83 m) e da banheira (1,10 x 0,52 m) (MDB Móveis). Banheira: hidromassagem Spazia (1,50 x 0,90 x 0,46 m), com seis jatos, da Jacuzzi. (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 23/24 Vidro fixo: de 8 mm, com 0,70 x 1,50 m (Americanbox). Gabinete: de freijó, mede 1,10 x 0,50 x 0,44 m (MDB Móveis) e leva bancada de mármore branco cintilante, com frontão de 13 cm e saia de 6 cm (Granimármore). Cuba: modelo de apoio Arco duplo com deck L106 (55 x 37 x 13 cm), da Deca. Revestimento cerâmico: linha Arquiteto Design, na cor Neve (9,5 x 9,5 cm), da Portobello. (Célia Mari Weiss/Minha Casa) 24/24 Removida quase toda a parede (1) que dividia a sala e a cozinha, surgiu um ambiente de 3,65 x 6,95 m. A microvaranda fechada (2), no canto, se manteve como escritório. A porta de serviço (3) do apartamento, sem muita função, foi desativada a fim de abrir espaço para a geladeira – a esquadria só restou no local por orientação do condomínio. O banheirinho de serviço (4) virou despensa. O dormitório de empregada (5), antes desperdiçado, integrou-se ao banheiro da suíte, permitindo a colocação de uma banheira. A moradora somou parte de seu antigo banheiro a 2 m² roubados do próprio quarto e, dessa forma, encontrou lugar para o closet (6). (Studio Campoy/Minha Casa)
*largura x profundidade x altura