Onde foi parar a facilidade?
Dizem que a tecnologia veio para ajudar, mas, em certos casos, ela complica o simples
Que saudade que eu tenho do tempo em que o televisor era uma caixa enorme, com um tubo grande atrás, e somente dois botões redondos, grandes como um pires, um para ligar e desligar e o outro para trocar de canal, que eram só dois: TV Tupi e TV Record. A antena era externa; a imagem, uma droga. A gente colocava um Bombril na ponta da antena interna para a imagem melhorar um pouco. Pois é, agora é tão sofisticada, tanta tecnologia, mas, cá entre nós, cara leitora, é preciso fazer um curso de engenharia na Nasa para poder controlar o maldito controle remoto!!!
Eu contei quantas teclas tem o infeliz, são 40 para uma porção de coisas que eu não entendo! É info não sei o quê, mute não sei o quê, tv não sei o quê, mono, guia, voltar, e por aí vai. Estou pensando em contratar um engenheiro para assistir televisão comigo. Assim, quando surgir na tela o número 1 e os dizeres “Aperte a tecla vermelha”, eu peço socorro para ele. Porque, caraca, moleque, tem duas teclas vermelhas.
O que eu faço? Apertei uma e surgiram na tela mil sugestões para teclar, e tudo em inglês! Por sorte dos deuses, minha neta que tem 13 anos chegou, passou a mão no infeliz, apertou aqui e ali, e mais acolá, e a imagem ficou perfeita. Aí, ela virou para mim e perguntou: “Aprendeu, vó?” E eu: “Nadica de nada”. Passo longe desse infeliz. Ofereci bolo de chocolate, até café, mas não há meio de me adaptar, aquela coisinha mais parece um ET. Valha-me, Deus!
Esse texto representa a opinião da colunista e não necessariamente reflete o posicionamento da revista ANAMARIA.