Naomi Watts e Sarah Paulson falam sobre empoderamento feminino na série ‘Tudo É Justo’
Em passagem pelo Brasil, as atrizes conversaram com a CLAUDIA sobre independência financeira, sororidade e etarismo
Criada por Ryan Murphy, a série Tudo É Justo (All’s Fair) é um drama jurídico estrelado por Naomi Watts, Sarah Paulson, Kim Kardashian, Niecy Nash e Glenn Close. A trama acompanha um grupo de advogadas especializadas em divórcios que decide deixar um escritório dominado por homens para fundar a própria firma em Los Angeles.
A decisão ousada as coloca no centro de disputas profissionais, escândalos e dilemas morais – tudo retratado com o humor ácido e o olhar provocador característicos das produções de Murphy.
Mais do que uma série sobre o mundo do direito, a produção do Disney+ propõe uma reflexão sobre poder, gênero e ambição. Entre figurinos sofisticados e diálogos afiados, os episódios mostram como essas mulheres equilibram ética, sucesso e desejo de reconhecimento em um ambiente que ainda carrega marcas de desigualdade.
Durante sua breve passagem pelo Brasil, Naomi e Sarah conversaram com CLAUDIA. Confira o papo completo:
Na série, todas os personagens são muito diferentes: uma está se divorciando, outra é mãe solo, outra está redescobrindo o amor. O que nós, mulheres, ganhamos ao conviver com outras que estão vivendo fases diferentes da vida?
Naomi Watts: Eu acho que nós nos divertimos, compartilhamos drama e todas essas as coisas. O que é ótimo sobre a série é que somos um grande grupo tão diferente, mas juntas fazemos a soma de todas as partes e ficamos mais fortes.
Sarah Paulson: Sim, e as personagens representam todos os tipos de mulheres em vários pontos em suas vidas. Então, é incrível porque podemos nos conectar com todas elas de alguma maneira.
A maioria dos casos envolve mulheres que precisam de dinheiro dos maridos para recomeçar suas vidas. Como vocês enxergam a importância da independência financeira na vida das mulheres?
Naomi Watts: Acho que está alto na lista de importância. Certamente, para mim, isso é muito importante. Eu cresci com poucos recursos e fui ensinada pela minha avó como trabalhar muito duro e não esperar que um homem me salve. Então, acho que isso é significativo e acho que, novamente, é outra parte da série que insistimos em mostrar porque as mulheres devem se sentir empoderadas pelas suas próprias experiências – e a independência financeira é uma das formas disso acontecer.
Sarah Paulson: E muitas mulheres, em certos pontos em suas vidas, como no começo de suas carreiras, tiveram que colocar muitas de suas próprias aspirações de lado para criar filhos e cuidar de seus maridos. Aí quando elas voltam ao mundo, percebem que essa habilidade não está mais disponível. Ou seja, a maioria dessas mulheres eram as protagonistas de suas relações, ajudaram os homens a alcançar o sucesso e deveriam ser compensados por isso.
A personagem Liberty, diz que “homens fracos não aguentam mulheres fortes”. Você concorda?
Sarah Paulson: Claro. Quer dizer, muitas pessoas têm dificuldade de lidar com mulheres fortes. Às vezes, as próprias mulheres têm que se contentar com seus próprios sentimentos ou preocupações por parecerem muito fortes, para não derrubar qualquer homem ou mulher fracos. E quero dizer que essa fraqueza que a mulher pode sentir só acontece porque a sociedade encoraja essa forma de pensar.
A série aborda temas sociais como congelamento de óvulos, maternidade solo e até a vivência de pessoas trans. Quão importante é retratar esses assuntos com leveza?
Naomi Watts: Eu acho que a série transita entre o drama e a comédia. E, no fundo, há uma mensagem simples, mas forte, que é elevar as mulheres e mulheres apoiando umas às outras. Mas o Ryan é a pessoa perfeita para atingir o espírito cultural da nossa época e dar às pessoas o que elas querem, além de refletir o que está acontecendo no mundo.
Uma das críticas que li comentou que as roupas das personagens são “sexy demais para advogadas de verdade”. Você acha que esse tipo de comentário só acontece porque o universo jurídico ainda é dominado por homens?
Sarah Paulson: Claro! E acho que esse ambiente também não foi visto na forma como nós estamos representando. Eu me pergunto se aquele crítico era um homem? Se sim, não importa o que ele pensa.
A maioria das personagens principais tem mais de 40 anos — e a idade não é um problema em nenhum momento. Pelo contrário, Dina é a advogada mais respeitada da trama. Estamos mudando a forma como representamos as mulheres na televisão?
Naomi Watts: Sim. Acho que isso está acontecendo não apenas na televisão, mas também em outras indústrias. E acho que é porque cansamos de aceitar que os outros nos digam o que precisamos fazer até uma certa idade: “Vão para o quarto e peguem suas agulhas de tricô”. Não, obrigada!
Nós temos muita energia, somos metade da população, há muita coisa que podemos fazer tão bem como os homens, e também estamos vivendo mais tempo. Então, eu acho que o fato de termos mulheres mais velhas nas telas é porque é isso o que está acontecendo no mundo todo. Nós estamos totalmente energizadas e temos coisas para fazer.
Na série, quando as mulheres se unem, elas garantem seus direitos. Na vida real, o que acontece quando as mulheres trabalham juntas?
Sarah Paulson: Eu sinto que não há nada que uma mulher não possa fazer quando está envolvida pela sua rede de apoio e suas amigas. Eu, pessoalmente, e nós falamos muito sobre isso, não acho que sobreviveria muito bem nesse planeta se não tivesse as mulheres na minha vida – que são minhas apoiadoras e com quem eu conto para quase tudo… Espiritual, emocional e intelectualmente.
Naomi Watts: Bons momentos! E também mulheres que te falam a verdade, que às vezes te dão feedbacks desafiadores. Você quer essa troca com mulheres com quem você está junto porque podemos aguentar. Queremos saber o que as pessoas ao nosso redor estão sentindo sobre nossos comportamentos porque isso nos leva ao crescimento.
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