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A importância de Lina Wertmüller, primeira diretora indicada ao Oscar

Vencedora do Oscar honorário, a cineasta italiana fez história em um nicho (ainda) dominado por homens.

Por Colaborou: Gabriela Teixeira
7 fev 2020, 13h49

Soa absurdo, mas em 92 anos de Oscar, somente 5 mulheres foram indicadas ao prêmio de Melhor Direção. E não acaba por aí. Destas cinco, apenas uma chegou a levar a estatueta para casa. Com “Guerra ao Terror”, a norte-americana Kathryn Bigelow desbancou os outros concorrentes e se sagrou vencedora da edição de 2011 da premiação. Para a cerimônia deste ano, o cenário continua o mesmo: dos indicados, nenhum é mulher.

E se demorou 82 anos para que a Academia premiasse uma diretora, para que elas ao menos tivessem a oportunidade de competir também levou tempo. Era 1977 e Oscar já estava em 48º edição quando a italiana Lina Wertmüller, 91, se tornou a primeira mulher a ser nomeada à categoria de Melhor Direção. Como já se sabe, ela não venceu. Tampouco as coisas melhoraram para as cineastas de lá para cá. É por isso que o Oscar honorário que Wertmüller recebeu em outubro passado desce como uma vitória agridoce. Justo, claro, mas será que suficiente?

Entregue em uma cerimônia separada, este prêmio é dado àqueles que produziram obras de “distinção extraordinária”, contribuindo de modo excepcional às artes e ciências cinematográficas, segundo justificativa da Academia. O que, sem dúvidas, é o caso da italiana. Nascida em 1928, em Roma, Lina (cujo nome completo é tão grande quanto os títulos originais de seus filmes: Arcangela Felice Assunta Wertmüller von Elgg Spañol von Braueich) entrou para o mundo do cinema contra a vontade dos pais, abandonando os estudos tradicionais para se matricular em uma faculdade de artes dramáticas aos 16 anos. Pouco depois, foi apresentada por meio de uma amiga de infância a ninguém menos que Federico Fellini. A amizade virou parceria e em 1963, ele a escolheu para ser sua diretora assistente no filme “8½”.

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Lina Wertmüller
Lina Wertmüller no sete de “Pasqualino Sete Belezas” (Santi Visalli/Getty Images)

Influenciada pelo mestre, mas mantendo suas próprias cores, Lina soube construir uma sólida carreira, não apenas dirigindo, mas também roteirizando filmes. Dos 40 filmes que comandou, foi o quinto, “Mimi, o Metalúrgico” (1972), que primeiro alcançou sucesso internacional. Mas foi “Pasqualino Sete Belezas” (1975) e sua trama sobre um soldado que deserta das tropas italianas em plena 2ª Guerra e vai parar em um campo de concentração que rendeu a ela a dupla indicação por Melhor Roteiro e Melhor Direção. 

Com o passar dos anos, é verdade que Wertmüller e suas tragicomédias foram perdendo o brilho aos olhos da crítica e ela não voltou a frequentar o rol de nomeados ao Oscar, ainda que tenha acumulado prêmios em outros festivais. “Roma, Napoli, Venezia… in un Crescendo Rossiniano”, seu mais recente documentário em curta-metragem foi lançado em 2014, mas parece não ter tido grandes repercussões nos circuitos internacionais. Nada que a incomode, como deixou claro em entrevista ao The Guardian no ano passado. “Críticos dirão o que dizem os críticos. Eu nunca estive preocupada com o sucesso”, declarou.

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Ela tem consciência, porém, do impacto que sua nomeação em 1977 teve para a história das mulheres no cinema. “Alguém me disse que os veículos de notícia estavam anunciando a indicação como se fosse um evento histórico. Na verdade, olhando agora, ela foi, especialmente para mulheres ao redor do mundo. Até hoje eu recebo cartas de agradecimento de diretoras que dizem inspiradas por minha experiência”, contou à revista Variety. Que mulher!

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