Aprendi a cozinhar e virei a chef de casa
Ao observar minha mãe e minha sogra, aprendi a preparar diversos pratos. Hoje faço a melhor feijoada da família
Eu não fritava um ovo quando casei.
Hoje, minha feijoada é um sucesso!
Foto: Arquivo pessoal
Assim que chegamos da lua de mel, o Uelfon, meu marido, começou a passar mal. Ele estava com dor de barriga e enjoo. Lembrei que minha mãe fazia um arrozinho com purê de batata pra mim quando eu ficava doente assim. Agora eu precisava exibir meus dotes de esposa e cuidar do meu maridinho.
Fui para a cozinha e forcei a memória para lembrar como ela preparava seus pratos. Assim, fiz um “almoço-remédio” para o Uelfon. Mas ficou tão salgado que não conseguimos comer. E ele ainda piorou. Que situação!
>> Apelava para os congelados
Durante toda a minha adolescência, mamãe tentou me ensinar a cozinhar, mas eu nunca tive vontade de aprender. Depois que casei, me arrependi de ter sido tão preguiçosa, pois tive de começar a fazer almoços completos! A solução que encontrei no começo foi correr para o supermercado e apelar para os congelados. Fazia hambúrguer, nuggets… Nos finais de semana, corria para a casa da minha mãe.
Nessas ocasiões, eu aproveitava para observar como ela cozinhava e tirava todas as minhas dúvidas. Assim, aprendi a cozinhar o arroz de uma forma diferente. Coloco a água para ferver com sal e um fio de óleo. Quando ferve, jogo o arroz. Aí espero ficar molinho e escorro, como se fosse macarrão! Aos pouquinhos, criei coragem e comecei a cozinhar em casa. Gostava de fazer pratos ousados. O problema é que os resultados eram péssimos… O que joguei de panqueca no lixo não está escrito. Meu marido fingia que gostava, mas eu percebia pela cara dele que estava horrível.
>> Ligava o fogo alto para acelerar e queimava tudo
Praticando, peguei o jeito. Aprendi, por exemplo, que não é preciso variar muito os temperos. Se eu não tivesse certeza do que fazer, não arriscava. Aí, usava o básico: alho, cebola e sal. E não tinha erro. Batia tudo no liquidificador para não ter que picar. E ainda podia guardar o que sobrava na geladeira.
Outro problema que me aterrorizou no começo foi a impaciência. Colocava o ovo na frigideira e queria ele pronto na hora. Aí, ligava o fogo alto e… Queimava por fora e deixava a gema crua! Demorou, mas aprendi a ter paciência. Tudo na cozinha leva tempo. É preciso esperar, não tem jeito. É praticamente um ritual.
Também passei a observar minha sogra. Foi assim que aprendi a dessalgar as carnes de feijoada: deixo de molho de um dia para o outro e troco a água duas vezes. A internet e as revistas também foram grandes aliadas. Encontrei um monte de dicas e receitas práticas. Assim, comecei a perder o medo da cozinha.
O maridão, meu filho e meu pai não perdem uma chance de comer os meus pratos
Foto: Arquivo pessoal
>> Minha feijoada é um sucesso
Três meses depois de casar, fiz o primeiro prato que me deu orgulho: uma lasanha para um almoço de família. Todo mundo comeu até não sobrar. Fiquei superestimulada. Segura, resolvi aprender a preparar meu prato favorito: a feijoada da minha sogra. Sempre que ela fazia, eu bisbilhotava. Até que decidi arriscar. Quando preparei em casa, foi um sucesso (veja o meu segredinho no quadro acima). Hoje, quando digo que vou fazer feijoada no domingo, minha casa lota.
Também aprendi a fazer compras
No começo da minha vida de casada, além de não saber cozinhar, eu era uma dona de casa totalmente perdida. Isso se refletia no meu carrinho de supermercado. Eu ia às compras sem sequer fazer uma lista. Colocava no carrinho tudo que achava interessante. Se na hora eu sentisse vontade de comer chocolate, pegava logo um monte. Hambúrguer, salsicha, bolachas, pizza, salgadinhos… Tinha tudo isso na minha despensa. Agora, se alguém lá em casa quisesse comer alguma coisa saudável, não tinha.
Também era comum as comidas estragarem, pois passavam do prazo de validade. É isso que acontece quando compramos sem pensar. No segundo mês de casamento, resolvi me organizar. E quem me ajudou, mais uma vez, foi minha mãe. Fomos juntas ao supermercado e ela me ensinou a fazer compras direito. Assim, aprendi a economizar e a não desperdiçar. Confira aqui as dicas da minha mãe:
● Faça a lista em casa antes de sair, com tudo que precisa ser comprado.
● Organize a lista separando os tipos de produtos (limpeza, bebidas, alimentos de geladeira) e leve em conta a ordem dos corredores do supermercado.
● Foque no que vocês realmente comem em casa. Não adianta comprar muitas verduras na segunda se todo mundo passa a semana fora. Vai estragar.
● Verifique os prazos de validade dos produtos e veja se vocês vão consumi-los antes do prazo de vencimento.
● Faça uma compra grande por mês. Compras pequenas acabam ficando mais caras.