Depois de 24 anos de casamento, separada há mais de quatro, reencontrei um namorado de colégio. Foi pá, pum. Eu que não sentia mais nada – sexualmente falando – me subiu um calooooooorrrrr. Renasci. E neste domingo próximo comemoro 1 ano de casada.
Dia 26 de novembro do ano passado, estava em Miami, vestida de noiva, aos 52 anos. Ele 55. Choramos feito pombinhos inocentes que nada sabem da vida a dois. Machucados pelo destino – ele, com três casamentos desfeitos, e eu com um longuíssimo – demos crédito ao cupido.
Nosso dia a dia desde então é entre tapas e beijos mas o saldo é de vida, fogo e paixão. E não estou falando de sexo 24 horas. O que temos hoje é a tal maturidade para enxergar o copo cheio. Engatar um casamento entre dois adultos 50+ é enfrentar, com serenidade, os solavancos do porvir. Minha pele está mais flácida; o peito e a bunda não acenam como antes; o sexo é semana ; ele ronca, eu ronco; os filhos dele reclamam de algumas coisas; as minhas, de outras tantas; a grana não é adequada; as tão sonhadas viagens não acontecem; o supermercado tá caro e ainda tem o combo lava-jato mais violência carioca.
Mas juntos somos mais! Temos aquela vontade de lutar, de cogitar um dia irmos ao Marrocos, de vermos nossas crias encaminhadas, de termos um apartamento quitado, de tomar água de coco de mãos dadas.
Entre o possível e o delírio, acordamos e dormimos mais felizes porque pelo menos conjugamos o verbo amar a plenos pulmões. E se você acha que isso não vai mais te acontecer, cria uma conta no Tinder; dá uma pinta no bar da esquina; investe no cara da academia. Se vai durar? Isso não importa, afinal, amar é lindo!