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A jornalista Ana Claudia Paixão (@anaclaudia.paixao21) fala de filmes, séries e histórias de Hollywood
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Uma “maldição” machista no Oscar marca a trajetória das Melhores Atrizes

Entre 1936 e 2016, das 266 mulheres indicadas ao prêmio, 159 delas se divorciaram em seguida

Por Ana Claudia Paixão
25 mar 2022, 08h45

Não sei se você é supersticiosa. Eu sou. Me descobri com várias crenças fora do meu controle racional quando convivi com amigas mais céticas. Mas, se você é daquelas que pelo menos respeita o conceito da ideia de que – “não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem” – vai gostar de saber de algumas “maldições do Oscar”. Há a que atinge a todos os vencedores, que faz com que “desapareçam” depois de vencerem: do tipo, agora que são sucesso, nada mais dá certo. Porém, a mais famosa e temida de todas ameaça apenas as mulheres indicadas a Melhor Atriz (coadjuvante ou principal, não importa).

Reza a lenda de que a vencedora feminina será traída ou se divorciará logo em seguida do Oscar. Infelizmente, as estatísticas sustentam os argumentos que, convenhamos, nada mais é do que o bom e velho machismo. Nicole Kidman, Halle Berry, Sandra Bullock, Julia Roberts, Reese Witherspoon, Rachel Weisz e Kate Winslet são apenas algumas das estrelas cujos casamentos e relacionamentos não se sustentaram, coincidentemente, logo depois que receberam o maior reconhecimento da indústria. Segundo um levantamento que encontrei na Internet, entre 1936 e 2016, das 266 mulheres indicadas ao prêmio, 159 delas se divorciaram em seguida. Isso mesmo, mais da metade. E não, não necessariamente foi uma opção delas. Na maior parte, como aconteceu com Reese e Sandra, passaram por traições bem públicas, ou seja, é a velha questão do homem não aguentando o sucesso da mulher e a trocando por outra.

Apesar da conta ter começado em 1936, alguns creditam o marco zero da maldição amorosa do Oscar à vitória de Joan Crawford, em 1946. A atriz se empenhou por anos para ter a estatueta e, quando venceu por Mildred Pierce, teria “perdido” o marido em menos de um ano como “consequência”. As aspas são importantes para ressaltar o peso que se dava à importância da crença de que uma mulher só podia estar feliz se estivesse casada. Mais ainda, casada e com o marido como principal provedor. Um relacionamento equilibrado ou liderado pela mulher não era aceito, ela era “punida” por suas ambições. Não ajudou muito que, ainda em 2009, Kate Winslet tenha se separado de Sam Mendes meses depois de ganhar por O Leitor, no mesmo ano em que venceu um Emmy por regravar Mildred Pierce para a HBO Max. Só reforçou a lenda.

O fato de que a maldição não atinge os homens com a mesma frequência é muito preocupante. Tudo bem que os casamentos de Julianne Moore, Cate Blanchett, Frances McDormand, Meryl Streep e Olivia Colman tenham se mantido firmes, mas as jovens Emma Stone e Jenniffer Lawrence, por exemplo, romperam com seus namorados mais ou menos na época em que venceram (Andrew Garfield e Nicholas Hoult, respectivamente). Claro, coincidência, nada a ver com o machis… desculpe, com a maldição. Não me parece que estejamos avançando muito, mesmo em pleno século 21.

Talvez Jessica Chastain e Kristen Stewart possam estar com uma ansiedade a mais, não sei. Nicole Kidman já passou pela prova (se separou de Tom Cruise pouco antes de ganhar o Oscar por As Horas), Olivia Colman e Frances McDormand seguem com os maridos depois de terem vencido em 2018, 2019 e 2021, assim como Penélope Cruz segue casada com Javier Bardem depois de ter recebido o Oscar de Atriz coadjuvante, em 2008. Mas estou cansada de pensar na maldição todo ano que vejo uma mulher vencer. Já deu, né? Quero as vencedoras felizes no amor e no trabalho. E xô bruxa!

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