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A jornalista Ana Claudia Paixão (@anaclaudia.paixao21) fala de filmes, séries e histórias de Hollywood
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Entrevista! A voz poderosa e calorosa de LP em São Paulo

Animada com a recepção de 2022, a cantora promete um show ainda melhor para os brasileiros com o álbum “Churches”

Por Ana Claudia Paixão
Atualizado em 9 fev 2023, 09h09 - Publicado em 8 fev 2023, 16h55

A cantora LP navega hoje em um universo raro para artistas: com um público crescente e apaixonado, não é exatamente mainstream, mesmo que conte com mais de 3 bilhões de streams de sua música. Sua posição tem a vantagem do conforto do reconhecimento internacional, mas mantém espaço para fazer o que quer e se desafiar sem pressões maiores.

Depois de muitos anos para conseguir esse reconhecimento, LP, que é o apelido e nome artístico de Laura Pergolizzi, é uma artista ímpar. Andrógina, sua música mescla pop, rock e folk, com um alcance potente desfilados em uma série de canções fortes e marcantes.

A trajetória de muitos músicos encontra obstáculos até o sucesso, mas o de LP tinha um elemento a mais. A androgenia – de nome e sexualidade – que hoje a fazem um ícone LGBTQIAP+, na época dificultava o posicionamento das gravadoras para “classificá-la”. Hoje é exatamente um dos elementos mais positivos da fluidez que representa. LP foi um dos destaques do Lolapalooza de 2022 e está de volta ao Brasil em uma turnê pela América Latina. Aliás, um detalhe, não adianta chamá-la de “Laura”, porque nem ela se reconhece mais com o nome de batismo. “Laura saiu do prédio. Não há mais Laura aqui”, ela brincou na entrevista exclusiva que concedeu à CLAUDIA.


LP surgiu no início dos anos 2000 com música que traduz força e vulnerabilidade, mas antes de conseguir gravar seu próprio material escreveu para outros, como Christina AguileraCherRihanna e Backstreet Boys. Suas gravações apareciam em trilhas sonoras de séries (como South of NowehereOrange is The New Black), mas foi apenas em 2011 que o cenário começou a mudar, com um comercial do Citibank que usou trechos do álbum Into the Wild. Em 2016, com seu maior sucesso até o momento, a balada Lost on You, passou a ter o reconhecimento internacional tão sonhado. A essa altura já tinha passado por várias gravadoras, sem nunca conceder a se encaixar no que seria esperado dela.

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Churches é o sexto álbum de LP e o material base da turnê atual. Traz mais uma série de canções melódicas e letras sentidas. Para a cantora, é uma boa oportunidade de se estender mais, pois no Lolapalooza seu show foi curto. A apresentação em São Paulo é a única no país e a primeira na América do Sul (o show do Rio foi cancelado por questões de agenda). Depois de um rápido descanso no hotel, LP conversou com CLAUDIA por telefone, animada com a chance de voltar a cantar para o público brasileiro.

 

CLAUDIA: Teve tempo para descansar? Chegou hoje e já está com a agenda puxada!
LP: Estou chegando lá (rs). Eu fiquei um pouco resfriada antes de sair dos Estados Unidos, então eu estou apenas me cuidando.

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CLAUDIA: No ano passado estive na sua apresentação no Lolapalooza e foi incrível, o público estava empolgado com você. Como é voltar um ano depois, já sem pandemia?
LP: Foi ótimo mesmo [o show do Lolla], eu estava tentando manter minhas expectativas pelo melhor. Você sabe, fiz tantos tipos de shows – grandes, pequenos, e só sei que tento lidar com o que está na minha frente, fazer o melhor possível para as pessoas que estão ali. Mas estou animada para fazer meu próprio show. Eu gosto de festivais e tudo, mas acaba sendo menor, né? É como se você tivesse um tempo específico, mas pelo menos agora as pessoas terão permissão curtir ainda mais.


CLAUDIA: Uma pergunta básica, como surgiu seu apelido? Ninguém mais te chama de “Laura”?
LP: Não. Laura saiu do prédio. (risos) Não há mais Laura aqui. Mas sim, posso te contar a história. Eu trabalhava em um restaurante antigamente e havia outra Laura. Então pediram desculpas e me perguntaram se eu poderia ser “LP” (a junção das iniciais de seu nome e sobrenome) ou “Laura 2” e eu pensei que “Laura 2″era meio chato e eu não sou “a segunda” (rindo), então eu topei “LP”. Um amigo meu já tinha me chamado assim quando eu era criança. Eu gostei tanto que adotei. Era como qualquer apelido que te define e meio que decolou. E acho cedo para isso, mas meio que virou um nome artístico meio ONU em si [um nome sem definir gêneros]. Apenas me lembro que senti que parecia certo. O que é interessante, porque era como se minha identidade estivesse chegando online também, sabe? Minha sexualidade e tudo mais. E então eu sinto que o nome meio que se destacou com isso e simplesmente era como um novo começo. E eu senti como se estivesse me encontrando, de certa forma.

CLAUDIA: E as iniciais fazem um nome neutro…
LP: Verdade, verdade. E também acho que muitas pessoas gostam de chamar pelas iniciais. A questão de nome é curiosa e sempre digo que seus pais realmente não te conhecem antes de você nascer, e ainda assim te dão um nome. Pode ser um sucesso ou um fracasso. Talvez esteja certo, e talvez não. (risos)

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CLAUDIA: E as iniciais, para uma música, são um trocadilho indireto (LP era como se referiam aos Long Plays) …
LP:
(rindo) Mas eu venho do tempo em que havia a associação.

CLAUDIA :Você cresceu ouvindo muita música clássica e rock clássico, certo?
LP: Sim, sim, exatamente.

CLAUDIA: Quais rocks clássicos, quais bandas de rock clássico te influenciam mais?
LP: Led Zeppelin foi a minha primeira. Depois QueenBeatles… tantos! Eu só tinha muitas coisas clássicas e então, você sabe? Depois comecei a gostar de coisas mais atuais para mim, como Nirvana e Jeff Buckley. Entre as mulheres, Aretha FranklinJoni Mitchell e Chaka Khan. Meio que um pouco de tudo? Tem uma pequena parte de mim que ama a música pop atual, mas são principalmente as coisas dos anos 1990 que foram impactando quando eu estava realmente crescendo musicalmente, depois dos clássicos.

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CLAUDIA: Se você tivesse que fazer um novo cover, haveria alguma em particular que considerasse?
LP: Sim, como fiz com Halo (um cover de Beyoncé que LP bombou online)? No momento não penso muito nisso, porque estou focando no meu material, estou meio que no meu próprio espaço, escrevendo músicas é a coisa mais importante para mim.

CLAUDIA: Como foi escrever para outros artistas?
LP: Foi difícil. Tinha acabado de passar por dois ciclos de composição para mim mesma como artista, e então comecei a compor para outros. Uh-huh.[pensativa]

CLAUDIA: Há uma história atrás de Lost on you
LP: A escrevi em 2014 e não tinha ideia que seria um sucesso como é. Estava na Warner Brothers, minha gravadora, e minha carreira estava meio que estagnada, muitas pessoas sendo demitidas e eu realmente não sabia o que fazer, sabe? Meu relacionamento estava desmoronando e queimando, eu podia sentir isso, mas não era como se tudo estivesse na superfície. Então toquei para o pessoal da gravadora, um grupo novo, que ia julgar se me manteria ou não. Toquei Lost on YouMuddy Waters, mas depois de quase um ano e meio me demitiram.

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cantora LP
LP em sua última apresentação no Brasil. (Ana Claudia Paixão/Divulgação)


CLAUDIA: E aí?
LP: Algumas outras gravadoras na Europa, menores, licenciaram a música e ela explodiu. Foi muito inesperado. A partir daí, ela foi pegando ao redor do mundo, outros singles foram indo bem também e assim deu tudo certo.

CLAUDIA: As canções de amor ainda são mais pessoais ou já passou a ser mais técnico?
LP: Ainda muito pessoal. Acabei de escrever um novo álbum [Churches] que é muito, muito pessoal, porque é sobre todos os meus casos de amor. [Pausa] Ou um em particular [Risos]. Isso! E alguns dos antigos, algumas coisas novas. Então, sim, quero dizer que é sempre muito profundo. Por mais públicos que meus relacionamentos possam ser, há muito mais neles do que parece. Eu só escrevo sobre o que está acontecendo na minha vida.


CLAUDIA: E depois da América do Sul, qual o destino?
LP: Tem a perna australiana da turnê, alguns festivais e, então, novos discos. Vai ser um monte de coisas maiores em 2023.


CLAUDIA: Com base na experiência que você teve no ano passado no Brasil, quais são suas expectativas em relação ao público este ano?
LP: Estou muito, muito animada e me sinto bem com o novo material. Acho que vão adorar. Vou sempre dar o meu melhor. Temos um show sempre com algo espontâneo. É sempre o melhor!

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