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A jornalista Ana Claudia Paixão (@anaclaudia.paixao21) fala de filmes, séries e histórias de Hollywood
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30 anos sem Audrey Hepburn

A atriz e ativista morreu no início de 1993 e vai ganhar uma biografia nos cinemas com Rooney Mara no papel título

Por Ana Claudia Paixão
Atualizado em 20 jan 2023, 12h45 - Publicado em 20 jan 2023, 12h44

Audrey Hepburn é ainda uma das atrizes mais famosas e queridas na história de Hollywood, reconhecida igualmente por sua beleza, talento, simpatia e ativismo. Sua vida pessoal e sua carreira de sucesso renderam prêmios, livros, documentários e biopics, mas é o projeto dirigido por Luca Guadagnino, estrelado por Rooney Mara que estamos ansiando para ver.

A vida de Audrey certamente parece um filme: nascida na Bélgica, em 1929, Edda van Heemstra Hepburn-Ruston (mais tarde assumiu o nome Audrey) tinha mãe holandesa, de origem aristocrática, e pai empresário inglês. Educada principalmente no Reino Unido, sua infância foi marcada duramente pela Segunda Guerra Mundial. Isso porque sua mãe acreditava que estariam mais seguras na Holanda, um país que havia prometido permanecer neutro no conflito. Mas os nazistas invadiram de qualquer maneira e o que Audrey testemunhou foi avassalador. Um tio e um primo foram executados e um de seus irmãos foi preso em um campo de trabalho forçado nazista. Assim como milhões de outros, ela e sua família quase morreram de fome quando o fornecimento de alimentos foi cortado. Ela comentou uma vez que a família precisou comer bulbos de tulipa para sobreviver. Por isso, desgostava que sua figura esbelta que era, na verdade, o resultado de desnutrição na adolescência, fosse uma referência de beleza. Para ela, não era.

Audrey Hepburn em
Audrey Hepburn em “Minha Bela Dama”. (CBS Photo Archive (Getty)/Reprodução)

Mesmo jovem, se engajou na resistência aos alemães e quando a Guerra chegou ao fim, finalmente conseguiu retornar à Inglaterra. O sonho da jovem Edda era ser bailarina clássica, mas era alta demais (especialmente nas pontas) e passou a trabalhar como modelo, corista e atriz. Enquanto participava de um filme em Mônaco, chamou a atenção da escritora Colette, que a escolheu pessoalmente para estrelar a adaptação teatral de seu romance Gigi em Londres. Aos 22 anos, virou uma estrela em West End, indo direto para a Broadway com a peça.

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Na época, o diretor William Wyler buscava um rosto desconhecido para o filme A Princesa e o Plebeu e se encantou com ela. Ao final das gravações, Gregory Peck – o maior nome do elenco – fez algo inusitado em Hollywood: pediu que o nome da iniciante abrisse os créditos ao lado do dele. Segundo ele, não foi gesto de humildade, apenas o reconhecimento imediato de que Audrey Hepburn seria um ícone e ele não queria passar a vergonha. Wyler compartilhou a impressão. “Aquela garota”, disse quando acabou de filmar, “será a maior estrela de Hollywood.” Podem argumentar que eles foram proféticos, embora a vivência os ajudasse a ter o discernimento correto. Após o lançamento do filme, em 1953, Audrey ganhou o Oscar de Melhor Atriz pelo papel e em seguida um Tony por sua atuação em Ondine, da Broadway.

A aparição de Audrey Hepburn no cinema representou muitas mudanças. Magra, alta e infalivelmente estilosa, sua parceria com Hubert de Givenchy é outra que chamamos de lendária. Audrey, morena, foi como um contraponto que reverteu a imagem das estrelas loiras de Hollywood (com Marilyn Monroe como maior referência). Ao lado de Grace Kelly, Audrey era o epitome da elegância e discrição, uma verdadeira “princesa”.

Bonequinha de luxo
A atriz Audrey Hepburn e o ator George Peppard na divulgação do filme “Breakfast at Tiffany’s” em 1961. (Donaldson Collection/Getty Images)

Seus papéis de Cinderela moderna foram reforçados com sucessos como Sabrina, Cinderela em Paris e Amor na Tarde, por isso, quando estrelou Bonequinha de Luxo muitos ficaram chocados de vê-la como garota de programa. No entanto, o filme mais polêmico com seu nome foi justamente o musical My Fair Lady. Escolhida para interpretar Eliza Doolittle no lugar de Julie Andrews, que era famosa pelo talento como cantora e havia originado o papel na Broadway, fez parecer que a eterna doce Audrey entrou na briga de egos para ter um papel para o qual foi dublada (sim, por Marni Nixon). Julie foi vetada por não ser famosa, mas Audrey não teve nada a ver com isso. Para piorar, Julie estrelou o bem sucedido Mary Poppins e “tirou” de Audrey o Oscar de Melhor Atriz naquele ano. Drama involuntário que gerou muita fofoca na época.

Indicada ao Oscar cinco vezes, inclusive por Um Clarão nas Trevas, em 1967, Audrey deu uma longa pausa em sua carreira nos anos 1970, só voltando às telas em 1976, se dedicando mais à criar seus filhos na Europa, principalmente na Suíça. Casada com o ator Mel Ferrer em 1954, teve dois filhos com ele antes de se divorciarem em 1968. Também se casou com Andrea Dotti, um psiquiatra italiano, com quem teve um filho, mas também se divorciou. Seu último relacionamento foi com o ator holandês Robert Wolders. Seu último filme foi Além da Eternidade, de Steven Spielberg, onde interpretava um anjo.

Mesmo com todo esse sucesso, foi o papel de ativista que fez de Audrey mais uma vez uma lenda em Hollwyood, graças ao seu engajamento com a UNICEF, um trabalho que creditava à sua experiência de infância de fome e medo durante a guerra. Como embaixadora da Boa Vontade, viajou extensivamente pela África e América Latina, e sua visita à Etiópia durante a seca foi uma das imagens mais marcantes do século 20, ajudando a chamar a atenção para a situação das crianças famintas. Mais ou menos nessa época, seu câncer no cólon foi diagnosticado, mas seguiu trabalhando. Em 1992, ela foi premiada com a Medalha Presidencial da Liberdade, mas em 20 de janeiro de 1993, o câncer tirou a atriz de nós. Tinha apenas 63 anos. Por tudo que sempre representou, nas telas e fora delas, fica aqui a minha homenagem à eterna Audrey Hepburn.

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