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Telas e design transformam o apê carioca em galeria de arte

As paredes não foram tingidas de branco à toa. Endereço de uma galerista e um arquiteto, o apartamento tem espaços sob medida para a coleção de arte contemporânea. 

Por Reportagem Simone Raitzik | Fotos Denilson Machado e Juliano Colodeti / Mca Estudio
Atualizado em 26 Maio 2022, 15h37 - Publicado em 2 jul 2012, 13h49
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Ele é arquiteto, ela é galerista. Ele aprecia a geometria da forma, ela é craque na estética do conteúdo. Juntos há quase dez anos, Tiago Freire, do escritório Oficina par, e Juliana Cintra, que dirige com a mãe a Silvia Cintra Galeria de Arte/Box 4, sabiam que chegaria a hora em que conseguiriam encontrar um apartamento à altura de sua coleção

de arte, iniciada logo que se casaram. Bastava ter paciência e esperar o momento – e o lugar – certo. Quando se depararam com este imóvel de cerca de 600 m², voltado para a mata da Gávea, no Rio de Janeiro, não tiveram dúvidas: havia nele uma bela luminosidade, espaços arejados e, principalmente, as muitas paredes brancas que sempre sonharam ter.

Os móveis foram escolhidos aos poucos

 

“Fechamos negócio sem pestanejar e começamos a reforma, que foi bem pontual. Mantivemos o piso de tábuas corridas de ipê, mas mexemos na configuração da cozinha, trouxemos a sala de jantar para junto do estar e criamos ali uma parede vazada nas laterais, que definiu uma área para o home theater. De resto, privilegiamos móveis com design bacana, peças que sempre apreciamos, de proporções generosas. Há pouca marcenaria planejada, porque o vazio e esse tom seco eram fundamentais”, explica Tiago.

A escolha dos móveis foi um processo lento, feito em parceria, seguindo o critério básico que tanto prezam: poucos e bons, muito bons. O excesso de objetos também não faz parte das escolhas do casal. “Por incrível que pareça, somos básicos. O destaque, a cor e o molho vêm do acervo. Queríamos muito deixar esse arsenal tão particular respirar. Arte faz bem”, completa Tiago.

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A reforma criou novos espaços para o acervo do casal

 

Essencial, para eles, era ter muita superfície branca, lisa, para ser preenchida pelas obras de Daniel Senise e Nelson Leirner, as chapas metálicas e os espelhos de Carlito Carvalhosa, as fotos de Miguel Rio Branco, as esculturas minimalistas de Waltercio Caldas e os sites specificos de Marcius Galan e Renata Lucas. “Gosto de viver cercada por arte. Compro muitos trabalhos de que gosto porque acredito neles e quero tê-los por perto, como investidora mesmo. Respiro esse universo, ele me alimenta”, revela Juliana, que, trabalhando com a mãe, vem trazendo jovens talentos para o acervo de Silvia. “Vivo nos ateliês, pesquisando e avaliando. É um vício”, acrescenta ela.

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