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Projeto de Mauro Munhoz para o Instituto Estadual do Ambiente

Mauro Munhoz apresenta o projeto para o novo instituto Estadual do ambiente (inea), em Paraty, que deve ser inaugurado em julho de 2013.

Por Reportagem Nádia Simonelli I Retrato Levi Mendes Jr.
Atualizado em 26 Maio 2022, 15h27 - Publicado em 29 ago 2012, 14h34

A primeira sede do órgão de preservação do meio ambiente do estado do Rio de Janeiro foi erguida sobre ruínas históricas, na região de Paraty. Por isso, a demolição e a construção de um novo prédio se fizeram necessárias. Não somente um lugar para substituir o outro, mas que possibilitasse a intenção de um relacionamento mais estreito entre governo e comunidade para resolver questões de preservação ambiental. A criação desse novo projeto ficou a cargo do arquiteto paulista Mauro Munhoz, que fala a CASA CLAUDIA LUXO sobre suas inspirações.

Leia a entrevista com Mauro Munhoz

 

O que é o Inea?

É o lugar que vai abrigar a recente postura do governo em relação ao território. No programa para a nova sede há coisas interessantes, como uma área para auditório e uma para exposições e programas educativos destinados à população de Paraty. A aproximação das instituições com a vida real das pessoas é um caminho muito longo e a nova sede tem essa intenção.

 

 

Qual foi o ponto de partida?

O projeto vai conectar as pessoas. Será um polo gerador de uma cultura integrada, onde a necessidade das comunidades, as questões históricas e do meio ambiente estejam resolvidas em uma arquitetura confortável. Então, a ideia foi criar um projeto que tivesse relação com a tradição brasileira, pensada de maneira a integrar os espaços internos com a floresta. Há grandes conexões avarandadas, a área administrativa, o lugar de trabalho dos técnicos e a residência do guarda-parque e do administrador. É uma construção rápida, feita de madeira de reflorestamento. Tem controle de insolação e temperatura para gastar menos energia e potencializar a luz natural. Há também um telhado verde.

 

 

O que essa iniciativa significa para você?

Minha geração teve uma formação muito boa. Fizemos o resgate dos princípios de Paulo Mendes da Rocha, Artigas… Percebemos que nessa profissão ética é fundamental. Quando me formei, as condições para exercitar essa linguagem eram ruins, tínhamos pouca oportunidade. Por isso, experiências como essa são uma grande chance de fazer arquitetura como lugar de encontro entre as pessoas e as instituições. E acho que precisamos aprender a construir políticas públicas com processos participativos.

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Que profissionais você admira?

Eu aprendi muito com Frank Lloyd Wright, Mies van der Rohe e Le Corbusier, que são fundadores do pensamento moderno. Com Carlos Carta, um arquiteto do Vêneto, também. E com Paulo Mendes da Rocha, Vilanova Artigas e Eduardo de Almeida.

 

 

Onde busca inspiração?

Nos livros Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino, e em toda a obra de Machado de Assis. Na música Concerto para Clarinete e Orquestra, de Mozart. E na arte de Paul Cézzane, Paulo Pasta, Richard Serra, El Greco e Amilcar de Castro.

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