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Perfume de mulher: toque feminino marcou lançamentos em Milão

Havia algo mais delicado, macio e doce impregnado na atmosfera. Havia uma forte presença feminina nos lançamentos apresentados na Semana de Design de Milão. 

Por Reportagem Márcia Carini e Pedro Ariel Santana
Atualizado em 26 Maio 2022, 10h35 - Publicado em 5 Maio 2014, 19h12

Não é novidade que o móvel italiano vem ganhando formas arredondadas, tecidos suaves e tons pastel. Ao mesmo tempo que a estrutura está ficando leve, as dimensões são reduzidas, aproximando-se do design escandinavo. Bordados e tramas feitos a mão também têm entrado aos poucos nos lançamentos das grandes marcas. Mas o fato é que o design milanês nunca foi tão feminino como agora, e o melhor exemplo estava no pavilhão da Moroso, com mantas e almofadas coloridas espalhadas pelos ambientes. Esse toque sutil, que antes aparecia em detalhes artesanais, foi assimilado pela indústria, e, hoje, arremates meigos são reproduzidos em larga escala pelas frias máquinas nas fábricas.

Criativas e poderosas

O mundo ganhou mais graça e leveza desde que Patricia Urquiola lançou a poltrona Fjord, pela Moroso, em 2002. Mas a rainha do design em Milão já não reina sozinha. Outras bravas mulheres despontam no cenário europeu ao trazerem à indústria qualidades do universo feminino, como leveza e ternura. A holandesa Hella Jongerius e a eslovena Nika Zupanc tiveram atuação destacada em 2014, desenhando para marcas de peso, como Vitra, Artek e Sé. E novas designers brilharam ao acrescentar arte e artesanato ao design.

De onde vem o novo?

Distante do centro e com aluguel mais barato, Lambrate é o bairro escolhido pelos designers alternativos de várias partes do mundo para mostrarem seus produtos. Outras regiões da cidade, como Tortona e Brera, também são opções para essa turma e marcas jovens, que ocupam galpões, galerias, oficinas mecânicas e até igrejas. Segundo a pesquisadora de tendências Li Edelkoort, esses lugares costumam revelar gratas surpresas: “Eles apontam o futuro”, afirma.

Os irreverentes

Calçadas pichadas, guerrilha de adesivos nos metrôs, newsletters enigmáticas nos hotéis. Por rotas alternativas, Philippe Starck conduziu os olhares para a Tog, empresa que lançou com a brasileira Grendene. Em resumo, o manifesto do francês pede um mundo menos chato, menos previsível e com menos reverências. Um mundo onde seja permitido bagunçar a estética de uma cadeira do incrível Sebastian Bergne. Ou onde uma luminária em formato de gaiola, como a da Casamania, não seja uma apologia à prisão das aves. Um mundo não literal.

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