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Exposição revela os segredos por trás das casas modernistas do Brasil

Mostra da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano revisita arquitetura e interiores da década de 50, destacando a obra de grandes referências do design

Por Marina Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
3 set 2025, 08h00
Casa modernista
Interior da casa onde habitou o casal Maria Luisa e Oscar Americano – foto da década de 50 (Fundação Maria Luisa e Oscar Americano/Divulgação)
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Poucos movimentos arquitetônicos traduzem tão bem a identidade brasileira quanto o modernismo. Reconhecido mundialmente pela ousadia estética e pela integração com a paisagem, o estilo ganha nova luz em uma exposição dedicada exclusivamente às casas modernistas do país.

A mostra “Um design brasileiro nos anos 1950: linhas de uma casa modernista”, realizado pela Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, convida o visitante a descobrir os princípios técnicos, os nomes fundamentais e a herança cultural que moldaram a forma de morar no século XX

Casa modernista
Estarão em exibição duas poltronas M1, parte do mobiliário original da casa, criado em 1955 pela Branco&Preto e ícones do design da década (Fundação Maria Luisa e Oscar Americano/Divulgação)

Com curadoria de Celso Lima, a mostra busca recriar o ambiente modernista da residência de Maria Luisa e Oscar Americano e sua família, destacando um aspecto ainda pouco valorizado pela historiografia do design: o têxtil.

O que é o modernismo na arquitetura?

O movimento nasceu do desejo de romper com os excessos decorativos do passado e propor uma nova relação com o espaço doméstico. Em vez de ambientes fechados e compartimentados, surgiram plantas livres, janelas horizontais que permitiam a entrada generosa de luz e pilotis que elevavam a construção do chão, libertando o térreo para circulação e convivência. Essa busca por linhas puras e por uma arquitetura funcional transformou a maneira como os brasileiros passaram a pensar a casa.

Os materiais escolhidos também revelavam um projeto de futuro. O concreto armado tornou-se símbolo do movimento ao possibilitar grandes vãos sem a necessidade de paredes estruturais, enquanto o vidro reforçava a integração entre interior e exterior. A madeira brasileira, utilizada em acabamentos e detalhes, mantinha vivo o diálogo com a natureza local. Cada decisão técnica trazia consigo uma intenção ideológica: unir racionalidade construtiva à valorização da identidade nacional.

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As casas modernistas brasileiras mais famosas

Mais do que simples residências, as casas modernistas funcionaram como verdadeiros manifestos arquitetônicos. A Casa de Vidro, projetada por Lina Bo Bardi em São Paulo, tornou-se ícone de leveza e transparência, suspensa em meio à vegetação. A Casa das Canoas, de Oscar Niemeyer, no Rio de Janeiro, é um exemplo emblemático de harmonia entre arquitetura e paisagem natural.

A Casa de Vidro é uma renomada obra arquitetônica projetada pela arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi
A Casa de Vidro é uma renomada obra arquitetônica projetada pela arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (Foto: Edu Ortega/Divulgação)

Já a Residência Baeta, de João Vilanova Artigas, destacou-se pela monumentalidade do concreto e pelo caráter experimental de sua estrutura. Cada uma dessas obras sintetiza não apenas uma estética, mas também uma visão de vida e de país.

O modernismo brasileiro ultrapassou o campo da técnica para se tornar um projeto cultural e social. Nos anos 1950, essas casas refletiam um sentimento de otimismo e modernização, ao mesmo tempo em que dialogavam com o clima tropical e a paisagem exuberante. Hoje, são reconhecidas como patrimônio cultural, testemunhos de uma época em que morar significava também projetar ideias de liberdade, autenticidade e futuro.

A exposição

Com a curadoria de Celso Lima, a exposição mergulha no modernismo brasileiro a partir da icônica residência projetada por Oswaldo Bratke. O espaço, que é uma verdadeira obra de arte, vai muito além da arquitetura: o projeto se harmoniza com o paisagismo de Otávio Augusto Teixeira Mendes e se integra à Mata Atlântica circundante, abrigando ainda murais de Karl Plattner, esculturas de Karoly Pichler e Emanuel Manasse, e pisos de Livio Abramo.

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No entanto, o foco principal da mostra está no interior da casa. Para recriar o ambiente, a exposição explora o design assinado pelo estúdio Branco&Preto, fundado em 1952 por seis jovens arquitetos. O coletivo, formado por Carlos Millan, Roberto Aflalo, Miguel Forte, Jacob Ruchti, Plinio Croce e Chen Y Hwa, foi responsável por criar os móveis, a ambientação e, principalmente, os tecidos que revestiam almofadas, cortinas e colchas.

O curador Celso Lima explica que a intenção é dar luz a esse aspecto muitas vezes esquecido: “Nosso desejo foi comentar o projeto arquitetônico de Oswaldo Bratke, mas com protagonismo das propostas realizadas nos interiores da casa pelo coletivo Branco&Preto, que criou mobiliários e ambientação, assim como os tecidos utilizados nas forrações das peças, cortinas e acessórios, como almofadas e colchas”, explica o curador da mostra, Celso Lima.

Mostra traz peças importantes do modernismo

Casa modernista
Telas de Portinari e Di Cavalcanti, pertencentes ao acervo da família, compõem a parede dedicada à representação da pintura modernista do período (Fundação Maria Luisa e Oscar Americano/Divulgação)

A exposição apresenta obras do acervo da família, como telas de Portinari e Di Cavalcanti. Um biombo de Regina Gomide Graz também estará em exibição, servindo para ilustrar a evolução da arte e do design no Brasil entre as décadas de 1930 e 1950.

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Entre os itens de mobiliário, a mostra contará com duas poltronas M1, criadas pelo Branco&Preto em 1955. Essas peças icônicas foram recriadas especialmente para a exposição pela Etel Design, a partir do projeto original.

A mostra também destaca o trabalho de Irene Ruchti, paisagista e designer têxtil do estúdio Branco&Preto. O público poderá ver as icônicas estampas listradas que ela criou, usadas em forrações e acessórios.

A Fundação Maria Luisa e Oscar Americano foi criada em 1974 como um legado de Oscar Americano. A organização disponibilizou a casa onde a família viveu, sua coleção de arte e o parque para a cidade de São Paulo. Hoje, a fundação oferece ao público visitas guiadas, concertos, exposições e outras atividades culturais focadas na história do Brasil.

Ao revelar os segredos por trás dessas construções, a exposição mostra que a aparente simplicidade do modernismo esconde soluções sofisticadas e escolhas conceituais de grande impacto. Mais do que edifícios, as casas modernistas são narrativas arquitetônicas sobre o Brasil, sua paisagem e seus sonhos de modernidade.

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SERVIÇO

Um design brasileiro nos anos 1950: linhas de uma casa modernista”, com curadoria de Celso Lima
Abertura: 31/08, domingo, às 14h. Em cartaz: até março de 2026.
Fundação Maria Luisa e Oscar Americano – Av. Morumbi, 4077 – São Paulo
Terça a domingo, das 10h às 17h30
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). Estudantes e maiores de 60 anos pagam meia entrada. Entrada gratuita em todas as terças-feiras.
Mais informações: https://www.fundacaooscaramericano.org.br/

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