Entre o arquiteto e o cavaleiro, conheça Michel Safatle
De um lado, a força e a leveza de um cavaleiro. Do outro, o savoir-faire e a elegância de um arquiteto. A junção de ambos tem nome: Michel Safatle.
Gramados cobertos por folhas de plátano acompanham o caminho até o amplo picadeiro, onde cavalos elegantes saltam em meio a uma atmosfera de fazenda. Parece um cenário campestre distante, mas está bem perto da agitação de São Paulo. É ali, no meio do caos da metrópole, que a Sociedade Hípica Paulista abriga Dollar e Marco Z, os companheiros de um cavaleiro peculiar, Michel Safatle, que divide a rotina de saltador com a de arquiteto. A prática do esporte, que antes exigia seis horas de dedicação diárias, começou com apenas 7 anos, quando a família se tornou sócia da hípica. A mãe, artista plástica, se encantou com a sofisticação do hipismo e, desde então, Michel nunca mais parou. Competia em diversas categorias, como o importante Grande Prêmio de Hipismo, além de representar o país em circuitos internacionais. Por causa do ambiente artístico apresentado pela mãe, o olhar treinado o fez escolher, com naturalidade, a arquitetura. Já na Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), Michel uniu suas duas maiores paixões ao perceber a necessidade de mudar o ambiente de seus cavalos. Colocou tapetes de borracha, abriu janelas entre uma cocheira e outra e, ao lado delas, criou uma espécie de spa para seus bichos após os treinos. Também transformou outra cocheira em um lugar só para ele, com tons metalizados e decoração que mistura urbano com rústico. Aos 30 anos, a profissão de arquiteto não lhe permite montar por muito tempo nem competir. Está sempre à mercê de quem busca seus projetos de interiores, enxutos, com muitos detalhes e personalíssimos. Mas, pela manhã ou no intervalo do almoço, faz questão de ir à hípica, e até leva os clientes para conhecê-la. “É, para mim, muito mais que um hobby. É uma atividade que faz parte do meu estilo de vida”, comenta.