Duas cozinhas na cidade que têm o charme da fazenda
Os materiais escolhidos para estas duas cozinhas deixam os ambientes com uma deliciosa atmosfera campestre. Mas eles ficam em plena zona sul carioca
NOSTALGIA RÚSTICA
Ao trocarem São Paulo pelo Rio de Janeiro, a jornalista carioca Tininha Kós e o marido, o economista paulista Dado Salem, apaixonaram-se por um sobrado do século 19, próximo do Jardim Botânico. A localização bucólica era perfeita para viabilizar o projeto de adotar um modo de vida mais simples e tranquilo – só faltava uma boa reforma. “Preservamos a fachada tombada, mas mudamos toda a distribuição interna para adequar a planta a nossa rotina”, conta Tininha. “A inspiração veio da casa em que morávamos antes, numa vila em pleno bairro paulistano dos Jardins. Era uma construção bem rústica, com forno a lenha, muita madeira e clima aconchegante.” Na cozinha da nova morada, essa proposta se traduziu no uso de ladrilhos hidráulicos, tábuas de demolição e uma generosa mesa para, pelo menos, seis pessoas – o ambiente virou a sala de jantar oficial da família. “Perto do móvel, deixei os potes de mantimentos à vista, em prateleiras, o que é muito prático”, diz a jornalista. Livros, quadrinhos e outros objetos afetivos ressaltam o estilo pessoal e convidativo do espaço, banhado de luz natural e voltado para o jardim.
CAIPIRA MODERNA
O casal de moradores, ele, turco, e ela, carioca – uma filha de diplomatas, que viveu em diversas partes do mundo –, não pensou duas vezes quando a arquiteta Carolina Wambier desenhou um projeto nada convencional para a cozinha do apartamento, no Jardim Botânico. “Sugeri usar poucos e econômicos materiais, como o cimento que reveste o piso e a bancada. Também substituí a maioria dos armários fechados por prateleiras de alvenaria”, conta Carolina. Essa última decisão permitiu manter à vista os objetos queridos dos proprietários. “Eles adoram viajar e sempre trazem na bagagem um conjunto de chá, uma bandeja ou um bowl lindo. Deixar o acervo aparente incrementou a decoração e fez o ambiente ficar acolhedor, com jeito de sala de estar”, completa a arquiteta. Como gosta das peças de família e de reaproveitar o que é bom, a moradora fez questão de dispor acima da mesa o lustre antigo, que a mãe trouxe há anos da Toscana, e de cercar o móvel das cadeiras de palhinha que já possuía. “O mix de estilos funcionou muito bem aqui e tornou o décor ao mesmo tempo rústico e elegante”, arremata a profissional.