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Design de Tom Price na feira de Miami

O londrino, que expõe na Design Miami, molda objetos com tubos de PVC.

Por Reportagem Marianne Morisawa
7 dez 2011, 18h42

No princípio de tudo, materiais bem simples, comuns no dia a dia: cordas de náilon, tubos de PVC, folhas de polipropileno, roupas usadas. Em contato com o calor, eles ganham novas formas e outro sentido pelas mãos do designer londrino Tom Price, uma das atrações da sétima edição da feira Design Miami , que aconteceu em dezembro de 2011.

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O inglês de 38 anos participa com sua série Meltdown (fusão, na tradução livre do inglês) da seção Design On/Site Galleries, em que cada uma das cinco galerias selecionadas apresenta uma exposição individual de um de seus artistas. Price érepresentado pela Industry Gallery, fundada em 2010 por Craig Appelbaum em Washington e especializada em design do século 21. O clique para a série Meltdown veio quando ele estava derretendo a ponta de uma corda para que não desfiasse. Aí o designer pensou: “Por que não transformar isso em uma obra?”.

Pegou corda de náilon azul-turquesa, que enrolou de maneira quase caótica em volta de uma bola de praia, depois retirada. A massa de náilon foi então colocada sobre um molde aquecido. Pouco a pouco, parte do material de fora ganhou novas formas com o derretimento, e o pedaço em contato direto com o molde formou o assento. “Gosto de pensar que trabalho em colaboração com materiais, processos e fenômenos e que o resultado físico final é um produto de consenso mútuo”, diz o designer, que tem mestrado pela prestigiosa Royal College of Arts, em Londres. Da corda, ele foi para outros materiais. Tubos de encanamento transformaram-se na PP Tube #1 Meltdown Chair (2007-2011), que lembra um ouriço e tem edição limitada de 12 cadeiras na cor preta e 12 brancas. A segunda versão da mesma peça de 2008 tinha menos pernas – apenas quatro – e um acabamento não tão agressivo, com os furos dos tubos formando desenhos.

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Na produção maisrecente, criada em 2011, há uma versão mais evoluída. Na Bronze #1, a forma original, com tubos de PVC cortados, é enclausurada numa casca de cerâmica grossa, derretida para que se crie uma cavidade por onde se derruba bronze derretido. Depois de fria, a cerâmica é quebrada, revelando os tubos revestidos de bronze, deixado bruto nas costas e polido na parte do assento.

A PE Pink Meltdown Chair, também uma série limitada de 12 unidades, foi criada de polietileno na cor rosa, derretido e esculpido para ganhar formas retorcidas. Já a PE Stripe Meltdown Chair, por enquanto um protótipo, surgiu de tapetes de plástico coloridos. Como se vê, o trabalho de Tom Price tem fortes raízes na escultura, sua primeira formação. E ele não se incomoda de ter um pé nas artes e o outro no design. “Tem gente que acha que faço arte, outros me consideram designer. Sinto-me confortável de ficar nessa área cinza, do meio”, afirmou em entrevista. Mais uma prova de que, neste século 21, rotular qualquer coisa está cada vez mais difícil.

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