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Cores na decoração: casa decorada nos tons de rosa e berinjela

Rosa e berinjela conferem leveza e feminilidade à casa da atriz Lúcia Romano, que, com este projeto, concretizou o antigo sonho de viver e ensaiar suas produções no mesmo local.

Por Reportagem Visual Juliana Hamacek | Texto Rosele Martins | Fotos Evelyn Müller
28 nov 2014, 18h14

Se não fosse uma coincidência, talvez a atriz Lúcia Romano tivesse decidido viver em outro lugar. “Vim conhecer o terreno à venda, onde havia duas construções antigas, já vazias. Numa delas, encontrei um cartaz da peça Pobre Super-Homem, encenada pelo meu amigo Marco Antônio Pâmio em 2000. Liguei para ele, curiosa, e descobri que ali moraram seu avô e uma tia”, lembra. Para Lúcia, cujo maior desejo era ter em casa um espaço de estudos e exercícios de palco, ignorar essa casualidade seria quase impossível. Ainda mais considerando outros atrativos em jogo, como o sossego da rua, na Zona Oeste de São Paulo, e o tamanho do lote, onde o anexo dos ensaios caberia direitinho nos fundos da moradia que ela pretendia erguer. E, embora não tenha sido viável deixar de pé as casas originais, o DNA artístico delas se mantém por ali: uma das paredes da sala exibe tijolos que sobraram da demolição. As demais são território do rosa, do berinjela e do azul, usados para demarcar diferentes volumes em meio aos ambientes integrados, cenário que Lúcia e a filha, Manuela, compartilham no dia a dia.

A combinação de tons, da mais pura delicadeza, enriquece o percurso pelos ambientes. “O terreno estreito e comprido, tipicamente paulistano, orientou o projeto. Usamos cores e ousamos nas formas para evitar transformá-lo numa caixa monótona”, diz o arquiteto Caio Marin, sócio de Ararê Sennes no escritório Vista Urbana. Como se fosse possível sentir tédio nestes espaços banhados de luz, de onde se avistam pitangueiras, lavandas, camélias e pés de jasmim. “O gostoso de morar numa casa está em abrir a porta e ver grama, fores, o sol entrando…”, fala Caio. Nada disso falta aqui. É tamanha a claridade que, com o passar do tempo, viu-se a necessidade de recorrer a brises para amenizar o calor da manhã. Além de frescor, eles trouxeram charme à ambientação com sua leve sombra pousada sobre o mezanino, a parede de tijolos à vista e os móveis – estes escolhidos por Lúcia, que, a cada momento desfrutado na morada, encontra mais e mais motivos para celebrar as coincidências.

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