Conheça a casa em Mangaratiba assinada pela arquiteta Lia Siqueira
Portas abertas, amigos sempre por perto e bolo quentinho na mesa… Seja bem-vindo a esta casa, assinada pela arquiteta Lia Siqueira em Mangaratiba, que aposta em contornos simples e revestimentos neutros, mas traz total sofisticação nos detalhes, nos móveis e, sobretudo, na alma hospitaleira.
Pernambucana, com sotaque na ponta da língua, a proprietária conta, com emoção, que suas raízes nordestinas estão profundamente entrelaçadas na forma de viver e morar de sua família. “Sofisticação, para mim, é ter uma casa que converse com o universo ao redor, que não pareça um ET na paisagem. Que traga, na arquitetura, traços do contexto”, diz. E foi assim que a empresária, apaixonada por tramas e bordados artesanais, e seu marido, um advogado carioca, descreveram para a arquiteta Lia Siqueira o que queriam do projeto de sua sonhada moradia na praia de Mangaratiba. “Nem precisamos explicar muito. A Lia, sensível, entendeu e ficou entusiasmada, porque sentiu que era uma oportunidade de fazer algo diferente, com aquela estética gostosa caiçara, mas bem confortável e exclusiva nos detalhes”, acrescenta. O terreno, de frente para o mar, era privilegiado, pois permitia desenhar uma imensa faixa de grama, entre a casa e a areia, envolvendo a piscina. E, na lateral, um grupo de coqueiros dá sombra e serve de apoio à rede no fim de tarde. De resto, as exigências para o projeto foram as mais simples possíveis: piso único de cimento branco, muita trama natural cobrindo os pergolados, portas e luminárias, e deque de ipê sem verniz – para ficar com aquele tom cinza rústico que marca a passagem do tempo. “Pedimos que a estrutura fosse plana, teto com quatro águas e a fachada, voltada para a praia, discreta. É um volume aberto, vazado, mas que não deixa de ser intimista e aconchegante. Essa química perfeita só a Lia consegue dominar”, elogia a proprietária, que fez seu apartamento no Rio e o recém-finalizado, em Lisboa, também com a arquiteta. “Ela sabe exatamente como compor os ambientes sem torná-los pretensiosos. Com a Lia, tudo é confortável, único e muito sofisticado”, arremata. Em apenas seis meses, a casa estava de pé, mas faltava toda a decoração. Nesse momento, a proprietária, expert em garimpo na região de Paraíba do Sul, RJ, onde tem uma fazenda, saiu à procura de peças antigas, porém que não fossem pesadas ou fugissem da proposta original de formarem, na essência, uma casa de pescador das mais confortáveis. “Encontrei mesas, cadeiras e bancos lindos, mas só comprava quando a Lia dava o ok”, diz ela, que fez questão de poucos (e bons) luxos, como os metais italianos móveis da marcenaria da Etel Interiores e a iluminação toda exclusiva, desenhada por Ines Benevolo, da Iluz. “No fundo, é tudo muito rústico e simples. Mas não há nada mais difícil do que fazer algo assim sem perder o rumo. Ou cair em excessos”, revela Lia, que aprecia especialmente a mistura essencial dos brancos e crus. E o vazio dos planos, que traz uma enorme serenidade a qualquer um que ali adentra. “Adoro essa circulação aberta, que nos faz lembrar, a todo momento, que estamos em uma casa. E na praia”, arremata a arquiteta.