Como usar a sua bicicleta na decoração
Na área de serviço, no meio da sala, pendurada como arte: veja como gente descolada inclui a bicicleta na decoração.
Penduradas como arte
Quando o arquiteto Antonio Claudio, da Kaif Arquitetura, sugeriu montar uma composição de fotos e quadros na parede da escada da cobertura no Leblon, no Rio de Janeiro, o proprietário, o engenheiro Alberto Pittigliani Jr., ciclista nas horas vagas, não teve dúvida: incluiu suas bicicletas no arranjo. “Elas têm design e achei que mereciam ser apreciadas como arte”, afrma Alberto. Se são difícies de manusear? Ele garante que não. “Só me preocupo em limpar as rodas antes de pendurá-las nos suportes de metal.” Repare como a parede pintada de preto ajudou a ressaltar o conjunto, arrematado pelo aparador branco com livros e objetos logo à frente.
Exibida no meio da sala
O arquiteto Gustavo Otsuka de Castro pedala desde os 15 anos e divide com a mulher, a também arquiteta Juliana Mancini, o único carro da casa. Autora da reforma do apartamento, Juliana reservou para a bicicleta um canto livre de móveis na lateral do lavabo. “Removemos algumas paredes e ganhamos mais área na sala, o que nos permitiu o luxo de criar um ponto com circulação generosa ao redor da bike”, explica Juliana. A solução descomplicou o manuseio. A fm de facilitar a limpeza da parede, em contato direto com as rodas, a superfície ganhou tinta acetinada branca.
Encaixada na área de serviço
Nem pensar em deixar as bicicletas jogadas na garagem do prédio. “Ficariam sujas e deterioradas”, diz a produtora carioca Beth Levacov. A fim de criar para seu meio de transporte favorito um canto digno no apartamento, Beth e o marido, o fotógrafo Paulo Santos, convocaram o arquiteto Luiz Gaudenzi, responsável pela reforma de todo o imóvel, dos anos 1940. “A ideia era que ficassem na sala, mas acabamos conseguindo encaixá-las na área de serviço.” Ali, ganchos se equilibram em uma barra cromada, usual mente vendida como apoio para pessoas com necessidades especiais. “Usamos aqui por ser bem resistente.”
Discreta logo na entrada
Após uma temporada em Paris, a produtora Silvia Nigri decidiu vender seu carro e pedalar em São Paulo. Para receber sua compacta bicicleta dobrável na sala, o projeto do arquiteto Marco Granada dispensou estratégias complexas. “Apenas removemos dali um móvel solto de bar, que eu usava esporadicamente”, explica Silvia. O arquiteto também propôs instalar no local um charmoso cabideiro de apoio, além de realçar a parede com uma pintura azul. A cadeira assinada pelo designer Paulo Castel lotti arremata o ambiente.
As cidades para os ciclistas
Ficar preso no trânsito é angustiante. Até que alguém passa sobre duas rodas, deixando a trilha de uma nova possibilidade. É cada vez maior o número de pessoas que trocam o carro pela bicicleta em busca de qualidade de vida nas cidades brasileiras. Segundo a última pesquisa Origem e Destino, do metrô de São Paulo, os deslocamentos de bike na capital cresceram 176% de 1997 a 2007. Já no Rio de Janeiro, o aumento na última década está estimado em 300% pela ONG Transporte Ativo. Para incentivar os ciclistas, a Cidade Maravilhosa implantou em 2008 o sistema de aluguel Bike Rio, seguido pelo Bike Sampa, em 2011. Recife e Porto Alegre também adotaram projetos semelhantes. E o melhor: a infraestrutura já começa a dar sinais de melhora. O Rio de Janeiro conta com 302 km de vias para ciclistas, enquanto São Paulo soma 127 km (incluindo as vias de tráfego compartilhado), fora a ciclofaixa de lazer, aos domingos, com um circuito de 22 km. Tantas mudanças têm influenciado a forma como a magrela ocupa a casa, adotada como mais uma companheira do dia a dia, como você vê aqui.
Pedale sem riscos
“Pedalar foi como redescobrir a cidade que, de carro, eu não via”, conta o paulistano Ian Thomaz Puech, que integra a ONG Bike Anjo. Aqui, ele compartilha regras para não correr riscos.
– É importante ocupar a via, ficando mais visível aos carros. “Assim, você só será ultrapassado com segurança.”
– Calçadas e contramão devem ser evitadas. “Andar no sentido contrário aos veículos dá a falsa impressão de controle, mas pode causar graves acidentes.” Em caso de colisão, as velocidades da bicicleta e do automóvel se somam e o choque é mais forte.
– Buzina e espelho retrovisor são obrigatórios por lei. O capacete não, mas não saia sem ele.
– Trace sua rota sem seguir a lógica do carro, evitando avenidas expressas. Prefira as mais lentas, por dentro dos bairros.
– Sinalize sempre. Estenda os braços para indicar conversão, mudança de faixa e frenagem.