Como o designer mato-grossense Sérgio J. Matos conquistou o mundo
O mato-grossense Sérgio J. Matos faz sucesso no circuito internacional do design, mas é na Paraíba (onde ele mora) que busca inspiração.
“Sempre me perguntam se eu não gostaria de mudar para o sul do país, mas é aqui que formo meu repertório”, diz o mato-grossense radicado em Campina Grande, na Paraíba. Cestos empilhados na feira livre da cidade sugeriram as formas da poltrona Cariri. O cacto coroa-de-frade, nativo da caatinga, inspirou a mesa Xique-xique. Há dois anos, Sérgio deixou o emprego em uma empresa de embalagens para abrir seu estúdio.
Como Sérgio ganhou o mundo
A mudança de trajetória ocorreu graças ao incentivo da venezuelana Marva Griffin, a curadora do Salão Satélite, exposição simultânea ao Salão do Móvel, em Milão, que revela jovens talentos do design. “Marva viu meu portfólio e quis conversar comigo em São Paulo, mas não pude encontrá-la. Mandei um novo portfólio e ela acabou me convocando para o Satélite, em 2010.” Após três participações consecutivas no evento, Sérgio vislumbra parcerias com empresários italianos. “Enviei as propostas e estou aguardando o retorno deles.”
Uma conversa com Sérgio J. Matos
A repercussão internacional conquistada durante as três participações no Salão Satélite impulsionou a carreira do designer Sérgio J. Matos.
Como a curadora Marva Griffin conheceu seu trabalho?
Em 2008, ganhei uma bolsa para estudar design sustentável na universidade de Torino, na Itália. Mas devido à falta de um documento eu não consegui fazer o curso. Fiquei seis meses por lá e, nesse período, enviei meu portfólio para trabalhar no Salão do Móvel. Nunca me responderam, mas, dois anos depois, recebo um e-mail da Marva, querendo me encontrar em São Paulo. Não pude viajar, porém mantivemos contato e ela acabou me convidando para participar do Satélite em 2010.
O que você fazia antes disso?
Eu me formei em 2005 em design industrial na Universidade Federal de Campina Grande e trabalhava como supervisor de produção em uma indústria de embalagens. Teria desistido da profssão se não fosse um concurso de design do Sebrae Minas Gerais, que premiou, em 2007, meu banco Yanomami com o primeiro lugar na categoria mobiliário. Foi só depois disso que a indústria nacional passou a produzir alguns dos meus móveis.