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Casa dos anos 1940, de Oswaldo Bratke, acolhe uma artista plástica

Obras de arte ditaram o estilo da casa, conde paredes brancas e luz suave foram dosadas para valorizar as peças. São ela ainda que adicionam movimento à arquitetura

Por Reportagem Gueguela Baccari e Rosele Martins | Fotos Evelyn Müller
Atualizado em 26 Maio 2022, 15h53 - Publicado em 20 mar 2012, 17h41

Duas décadas atrás, uma artista plástica carioca encarou dois testes: trocou o Rio de Janeiro por São Paulo e topou viver num apartamento. O primeiro desafio não foi problema. Mas o segundo a obrigou a refazer seus planos. “Sempre gostei de casa, de pátio, de bicho andando pelo jardim”, diz. Foi por isso que, dois anos depois da mudança, ela recomeçou a procura por um endereço paulistano. Encantou-se ao deparar com esta moradia construída nos anos 1940 e desenhada por um ícone da arquitetura moderna, Oswaldo Bratke (1907-1997). “Eu não tinha familiaridade com o trabalho dele, no entanto me identifiquei na hora com os ambientes espaçosos,porém acolhedores, e o pé-direito generoso, mas nada intimidador. Isso sem falar no verde abundante do terreno, repleto de árvores antigas”, lembra a moça, que completa: “E, como para confirmar a escolha, depois de fechar a compra acabei conhecendo outros projetos do Bratke e gostei de todos”. Uma reforma deixou-a na medida para receber a família – a residência ganhou piscina e uma edícula, territórios preferidos dos três filhos, à época ainda crianças.

Saiba detalhes da nova reforma

 

Quinze anos depois, a situação era outra: com apenas um dos filhos vivendo na casa e decidida a ter moradia e local de trabalho no mesmo CEP, a proprietária convocou o arquiteto Gilberto Belleza para uma nova repaginada. Pediu a ele que repensasse a distribuição de alguns espaços, pouco adaptados ao seu atual estilo de vida, integrasse-os melhor ao jardim e os banhasse de luz natural – na dose certa para ressaltar a presença das muitas obras de sua coleção, porém sem danificá-las pelo excesso de sol. O arquiteto respondeu de forma certeira: onde a construção autoportante (erguida sem vigas e pilares, com paredes que fazem as vezes desuporte) permitiu, Gilberto rasgou a alvenaria e preencheu os vãos com janelas e panos de vidro, protegidos com persianas translúcidas e películas de proteção solar. Também redesenhou a planta baixa, ampliando a interação entre os ambientes na área social e alterando a circulação de entrada, agora dotada de passagens diferentes para carros e pedestres. Por fim, ergueu um segundo andar na edícula e a transformou em estúdio para a proprietária, que ali pode receber clientes e colaboradores sem alterar a rotina na casa, graças ao acesso independente.

O resultado, avalia a dona, não poderia ter sido melhor. “O arquiteto entendeu meu desejo de atualizar a morada sem descaracterizá- la, preservando o projeto de Oswaldo Bratke”, conta ela, que cinco anos depois da obra ainda promove alterações de tempos em tempos. “Estou sempre trocando móveis, objetos e obras de arte de lugar. Dessa maneira, a casa se reinventa e não cansa”, diz. Outra vantagem, afirma, são as portas de correr utilizadas como divisórias entre o home office e os ambientes de estar, abertas ou fechadas conforme a necessidade de sossego. “Me agrada muito viver num local capaz de se adaptar às diferentes nuances do meu cotidiano. A residência é acolhedora nos momentos em que estou sozinha e espaçosa o suficiente para receber a família toda.” Os 20 anos vividos no mesmo endereço não renderam apenas inúmeras histórias pessoais – influenciaram também a produção artística da moradora. “Uso bastante a natureza em meus trabalhos. Era inevitável que a exuberância do jardim acabasse por me inspirar”, revela, entre elogios ao paisagismo de Isabel Duprat. E é justamente na área externa que deve ocorrer a próxima reforma, ainda sem data marcada para iniciar, mas já planejada em detalhes. “Quero ampliar a varanda, criar mais ambientes de estar ao ar livre e talvez levantar uma parede de cobogós para isolar a entrada de automóveis. Esses elementos vazados têm tudo a ver com a arquitetura original da casa”, explica, deixando claro que, independentemente do número de alterações, o projeto jamais perderá sua essência.

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