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Casa de campo: amplos espaços e paisagem a perder de vista

A vista pautou a distribuição da casa de campo. Nos momentos vividos ali, a pedida é deixar o olhar se perder no horizonte, seja com o calor do sol, seja com o brilho da lua.

Por Reportagem Rosele Martins I Fotos Romulo Fialdini
Atualizado em 26 Maio 2022, 15h26 - Publicado em 1 set 2012, 19h12
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“Cada cômodo oferece a visão de uma paisagem distinta. Não apenas porque de um lado se encontra a mata e do outro, as montanhas. O cenário muda também conforme as horas avançam, pois o dia e a noite trazem consigo cores diferentes, cada qual com seu encanto.” Assim a proprietária da casa de lazer localizada em um condomínio em Bragança Paulista, cidade a pouco mais de uma hora de viagem de São Paulo, descreve a sensação de estar na morada que ela e o marido encomendaram à arquiteta Candida Tabet. “O horizonte era o principal elemento do projeto. Quando visitei o terreno pela primeira vez e deparei com aquela vista, sabia que teria de tirar proveito dela de alguma forma”, conta Candida.

A forma encontrada pela arquiteta foi a transformação da casa numa continuidade do entorno exuberante. Para isso, ela implantou a construção no ponto do lote onde o olhar seria capaz de mirar o infinito e lançou mão de transparências – ora explícitas, ora sutis, como no trecho em que a claridade é amenizada por um véu de cumaru. A treliça de madeira, recurso cuja função primordial reside em filtrar o excesso de sol vindo da face norte, ganhou ares de obra de arte: à medida que a luminosidade varia, sua projeção compõe novos grafismos sobre o piso e o mobiliário. “Escolhemos a Candida justamente por esta particularidade: cada projeto dela tem um quê de artístico”, afirma a proprietária.

O apelo plástico comparece também na cobertura da nave central, que pousa 1 m acima dos volumes de alvenaria e se projeta à frente da sala principal, sombreando a varanda. “A opção de descolar o telhado do corpo da casa contribuiu para que a proposta ganhasse leveza, apesar de seus 1 130 m²”, explica a autora, que uniu funcionalidade a estética também na piscina, um modelo de borda infinita cuja retidão de traços se opõe propositalmente ao contorno sinuoso da geografia local. “O contraste evidencia ainda mais a beleza do horizonte”, justifica Candida.

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