Casa com a cara da moradora em antiga fábrica francesa
Em Lion, na França, o espaço foi transformado numa casa cheia de histórias sobre design, arte e garimpos feitos por ela ao redor do mundo
Se você deseja uma experiência real do savoir vivre francês, o melhor lugar é, definitivamente, Lion. Segunda maior cidade da França – logo atrás de Paris –, a região é famosa por sua arquitetura histórica, mas também pela sua excelente gastronomia.
Não à toa, grande parte da população de lá tem a sala de jantar como o centro de suas vidas social e familiar e, não raro, planeja a decoração partindo desse ambiente. Não foi diferente com a arquiteta e colecionadora Marie-Anne Chapel, que escolheu uma antiga fábrica de metal para erguer um refúgio para sua família e suas relíquias.
“A casa estava um verdadeiro caos – quase insalubre – quando a encontrei”, conta. Mesmo assim, Marie-Anne se apaixonou pelo espaço. “Enxerguei a possibilidade de realizar sonhos antigos: uma área de refeições ampla, ter a natureza mais perto e um terraço charmoso”, diz.
Decidida, ela partiu para nove meses de reforma, que incluiu também a construção de um anexo envidraçado junto à casa principal. O módulo, facilmente visualizado do jardim, concentra a cozinha e o jantar e, em dias de festa, abre-se para o delicioso pátio interno.
Em todos os espaços, a atmosfera é luminosa e fica claro que a inspiração para os acabamentos veio das casas mediterrâneas. “Desejava espaços fluidos e plenos de luz, por isso busquei referência nas vilas gregas, onde o branco predomina”, explica.
A cor aparece no piso e no teto, reflete a iluminação natural que vem das janelas e coloca em evidência o eclético acervo da moradora. Móveis atemporais de Warren Platner, Phillipe Starck, Eero Saarinen e Le Corbusier dividem a cena com obras de artistas franceses e incontáveis objetos garimpados por Marie-Anne. “Minha casa não se encaixa dentro de um estilo. Ela revela quem eu sou”, enfatiza.
A antiga escada de concreto que leva ao andar dos quartos foi restaurada e, agora, surge tomada pelo branco. No mesmo piso está o escritório, composto de móveis vintage, que reserva uma agradável surpresa, chamada pela arquiteta de “gabinete de curiosidades”. Ali, verdadeiros tesouros esperam para entrar na decoração. “Peças fascinantes, exóticas, estranhas e únicas. A cada dia, me apaixono por um item diferente, e logo ele ganha destaque em algum canto”, diz. Um mix pessoal e intransferível.