Apartamento decorado em SP com mobiliário clássico e obras de arte
O arquiteto Roberto Migotto combinou com maestria tons sóbrios, mobiliário clássico e contemporâneo e um acervo importante de obras de arte neste apartamento em São Paulo.
O arquiteto Roberto Migotto é reconhecido por ter um talento raro e natural na área em que atua, o de harmonizar estilos e proporções de modo impecável. Seu portfólio inclui projetos residenciais luxuosos, sofisticados, mas sem perder de vista a personalidade e o estilo de vida dos moradores. E foram essas as características que aproximaram o profissional dos proprietários deste apartamento em São Paulo.
Como foi a relação entre Migotto e os moradores
Admirador do trabalho de Migotto, o casal de empresários já havia procurado o escritório do arquiteto para elaborar um projeto anterior, que acabou não se concretizando, mas o desejo de ter um apartamento assinado por ele persistiu. Portanto, quando surgiu o momento ideal, entregaram o imóvel de olhos fechados às mãos de Migotto. E assim permaneceu durante o percorrer da obra, com uma relação de confiança entre arquiteto e clientes, o fio condutor da história. “Foi um trabalho muito prazeroso de executar, pois são pessoas especiais. Eles sabem muito bem o que querem, estudam e pesquisam design e arte e estão por dentro do que é tendência lá fora”, afirma Migotto.
Com base na análise do estilo de vida da família, o arquiteto e sua equipe determinaram a nova planta do apartamento de 700 m². “Durante a reforma, houve uma mudança bastante significativa de paredes. Por exemplo, o corredor era todo fechado. Rasgamos tudo para torná-lo mais amplo, criando, assim, uma galeria. A sala de jantar também era isolada por portas. Abrimos tudo para deixá-la integrada. Com a autorização do condomínio, fechamos o terraço e o integramos ao living. Com isso, personalizamos o espaço”, conta o profissional. Um dos poucos pedidos especiais para o novo imóvel da família veio da moradora: ela queria um ambiente confortável para os momentos de leitura. O arquiteto criou, então, uma saleta próxima da suíte do casal, equipada com uma bancada e duas chaise longues, além de uma bela imagem do fotógrafo canadense Robert Polidori – umas das tantas obras que figuram na coleção.
O gosto dos moradores pela arte
“O casal aprecia e conhece muito o universo das artes. Eles compraram aquilo que admiravam e que tinha uma representação importante para eles. Mas mesmo assim fizeram questão da opinião do escritório nesse momento”, explica o arquiteto, que aponta as telas de Mira Schendel e Tomie Ohtake cmo destaques do acervo particular. Entre outros importantes artistas, há nomes poderosos, a exemplo de Geraldo de Barros, Brecheret, Di Cavalcanti e uma coleção harmoniosa de vasos de Gallé. O único momento de indecisão dos moradores em relação às propostas do escritório aconteceu quando a equipe apresentou o projeto do novo corredor, que seria transformado em galeria. O morador achou que o ambiente poderia ficar escuro com o revestimento, mas ainda assim confiou no talento dos profissionais. “Muitas vezes esse espaço não é valorizado por ser um local de passagem. Daí surgiu a ideia de ampliá-lo e fazer algo diferente usando a madeira ébano de Macassar como revestimento. O proprietário ficou tão satisfeito, que se emocionou quando viu o resultado”, diz Migotto. Além da imponente função decorativa, o corredor esconde as portas que dão acesso à área íntima, de um lado, e armários que abrigam a rouparia da casa, do outro. Para propiciar uma atmosfera ainda mais aconchegante, o arquiteto criou um projeto de iluminação que inclui uma sanca que percorre toda a extensão da galeria. E, cuidadoso, deixou dois pontos para que arandelas possam ser instaladas, caso haja essa necessidade no futuro.
No mobiliário, Migotto também imprimiu sua marca ao mesclar peças de design contemporâneo a clássico, cores sóbrias a elementos sofisticados para os acabamentos. Destaque para a mesa de jantar, rara por possuir medidas generosas – 2,70 m de diâmetro – e receber confortavelmente 14 pessoas. O lustre de cristais Baccarat também é uma peça exclusiva e pertenceu a um antigo convento na Bahia. “O resultado do projeto foi muito positivo pela liberdade que tivemos para criar. Quando existe essa relação de confiança, tudo flui melhor”, conclui.