A produção eclética de móveis de Zanini de Zanine
O designer carioca Zanini de Zanine está conquistando o mundo: depois de Milão, seus móveis fazem sucesso em Nova York.
Depois de apresentar seu trabalho em Milão, Nova York e São Paulo, Zanini de Zanine se prepara para mais um grande evento em setembro: expor seus móveis e os do pai, o arquiteto autodidata José Zanine Caldas (1919- 2001), na badalada galeria nova-iorquina Espasso. “Vamos levar 15 das minhas peças de madeira de demolição e aço inox e também quatro reedições da linha Z, criada por meu pai nos anos 1950”, diz. Formado em design industrial, Zanini herdou a curiosidade de experimentar materiais diversos: além da madeira, usa metais, plástico, metacrilato e, mais recentemente, aço cortén. Aos dez anos de carreira, exibe uma produção consistente, que chama a atenção de mestres do design, como o empresário Giulio Cappellini. “Ele viu meu trabalho numa revista e quis me conhecer.” A conversa rendeu bons frutos e, desde 2012, o designer, de 35 anos, colabora com a Cappellini, influente grife italiana. Constam ainda em seu portfólio criações para a Francesa Tolix, a italiana Slamp e as brasileiras Schuster, Allê Design e Tissot.
* largura x profundidade x altura.
Entre artesão e designer
Nascido no Rio de Janeiro, praticante de surfe e torcedor apaixonado do Flamengo, Zanini de Zanine divide sua atenção entre os móveis feitos de madeira de demolição, criados para um público seleto, e as peças desenhadas para a produção em série. Em 2011, fundou o Studio Zanini para dar vazão a projetos próprios, como a linha Punch, voltada para um público jovem.
Você lida com muitos materiais, não?
Gosto de fazer experimentações e isso me diverte. Ao combinar a madeira e o aço cortén, brinquei com o quente e o frio dos materiais. Na Punch, exploro o plástico em peças para a produção seriada e com um custo mais acessível.
Seu pai o influenciou muito?
Convivi pouco profissionalmente com meu pai. Ele morreu quando eu tinha 22 anos, mas deixou um professor para me ensinar o que ele sabia sobre a madeira, o Reduzino (Vieira), mestre da minha oficina, com quem trabalhou por 30 anos. Reduzino tornou-se um elo entre nós. Outra forte influência foi Sergio Rodrigues, com quem estagiei na época da faculdade. Essa experiência me trouxe o amadurecimento profissional.