5 vezes em que o décor e a moda andaram juntos
Mostramos aqui um pouco da trajetória de marcas fashion que apostam com força total na decoração
Louis Vuitton – Alma viajante
A tradição da Louis Vuitton, enraizada no espírito aventureiro dos viajantes, encontrou o design de mobiliário de uma maneira muito particular na série Objets Nomades. Lançada em 2015, durante a Semana de Design de Milão, a linha conectou o savoir-faire artesanal da marca a nomes como Patricia Urquiola, irmãos Campana, Marteen Baas e Nendo. O resultado foi uma coleção-conceito, que alia a modernidade da maison a objetos com caráter portátil, que remetem às malas e aos baús da grife. Este ano, a novidade apresentada em Milão foi a Lounge Chair, desenhada por Marcel Wanders, que é totalmente desmontável e transportável. “As bases dessa peça são exploração, mobilidade e aventura, componentes essenciais da Vuitton”, afirma o designer.
Giorgio Armani – Elegância atemporal
O estilo clássico e a alfaiataria impecável alçaram Giorgio Armani ao posto de um dos estilistas mais bem-sucedidos de todos os tempos. O italiano levou essas mesmas características à sua Armani/Casa. “Desde a minha primeira coleção de interiores, quis oferecer um design conectado com meus valores”, explica ele, que criou a linha home em 2003. Beleza, praticidade e simplicidade se unem num mobiliário de linhas limpas, feito de materiais nobres e com uma paleta de tons sóbrios, que remete aos modelitos poderosos do estilista. Além disso, há também o Armani/Casa Interior Design Studio, responsável por projetos residenciais mundo afora e pelos hotéis Armani de Milão e de Dubai, que traduzem o lifestyle Armani por excelência.
Emilio Pucci – Cor com atitude
Peter Dundas, diretor criativo da Emilio Pucci entre 2008 e 2015, dizia que a mulher que veste a grife é uma aristocrata rebelde. De fato, há na identidade da marca uma efervescência chique com um quê de disco music – uma mistura digna de Federico Fellini. A grife não tem uma linha exclusiva de casa, porém seu flerte com o décor rendeu parcerias bem-sucedidas com a Cappellini, em 2003, e com a Kartell, para a qual vem criando versões da poltrona Madame, de Philippe Starck, desde 2014. Nelas, os tecidos supercoloridos da marca se aliam às formas do design numa combinação italianíssima. “É interessante ver a diferença do movimento da estampa na moda e no décor. A roupa se move com o corpo, mas a peça estática, em casa, transforma o espaço”, reflete Laudomia Pucci, herdeira da marca.
Fendi – Reinvenção déco
Uma das grifes italianas mais antigas, a Fendi, aos 90 anos, não tem nada de velha. Com uma pegada totalmente fresh graças ao diretor de criação, o alemão Karl Lagerfeld, e à mente vibrante de Silvia Venturini Fendi, chefe do departamento de estilo, a grife vem conquistando uma legião de jovens fãs. Na Fendi Casa, o movimento é o mesmo. Este ano, eles convidaram os italianos do descolado Dimore Studio para atualizar um dos andares do Palazzo Fendi, em Roma. A escolha do novo décor combinou móveis vintage com outros criados para a marca. Ali, o acesso é restrito: apenas convidados podem circular pelo espaço. No mesmo edifício, porém, há o Hotel Fendi, que também usa o mobiliário da linha home em seus ambientes.
Christian Dior – Romance moderno
Imersa numa fase de transformações, como a recente troca na direção criativa (saiu Raf Simons, entrou Maria Grazia Chiuri), a Dior acaba de lançar a linha Dior Maison, exclusiva da nova butique da New Bond Street, em Londres. A grife, que até então só tinha ligação com o décor quando se tratava da ambientação das lojas e dos cenários dos desfiles, agora exibe o seu DNA impresso em louças, objetos e roupas de cama. Feminina e clássica com um twist moderno, como nas coleções de moda, a linha casa conta com a assinatura de diferentes nomes ligados à maison, como Lucie de la Falaise, Giberto Arrivabene e Peter Marino. “A Dior representa a França, o glamour, a insolência e a paixão pela manufatura artística”, diz Véronique Taittinger, autora de uma coleção de louças com relevo que imita o matelassê da bolsa Lady Dior.
Missoni – Vibração à italiana
Rosita Missoni foi pioneira ao lançar, em plenos anos 1980, uma linha home ligada a uma marca de moda. Apaixonada por decoração, ela diz ter criado o braço de décor da grife que leva o seu sobrenome justamente para vestir a casa no mesmo estilo de suas roupas. Nas coleções, não faltam as tradicionais estampas coloridíssimas e vibrantes, que dão vida a sofás e jogos de jantar na Missoni Home. “A moda é efêmera por natureza. Já o décor deve ser feito para durar. Mas por que não trazer algumas inspirações de um para o outro?”, sugere a matriarca. Na hora de criar, ela desenha para os dois separadamente. “Às vezes, roubo uma estampa ou textura de um desfile que seja adequada à linha de casa. Mas tenho a liberdade de fazer elementos exclusivos para cada uma.”
Ralph Lauren – Assinatura poderosa
Dono de um lifestyle que carrega a essência do american dream, Ralph Lauren há décadas é conhecido por seus ternos, suas camisas e seus cocktail dresses, que vestem de primeiras-damas ao high society nova-iorquino. A Ralph Lauren Home, que abre em dezembro a sua primeira loja no Brasil, com representação exclusiva pela Celina Dias, amplia esse universo e traduz o modo de vida do próprio estilista. A linha, inclusive, foi criada justamente quando Lauren e sua mulher montavam uma de suas casas.
No catálogo, há um mix de móveis e objetos, que vão do clássico ao country e têm como referência as casas de campo, de praia e de cidade da família. Os temas são criados conforme o estilo do local: para uma cabana de madeira, móveis rústicos e acolhedores; para a casa de praia, tons calmos e tecidos leves.