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Ser workaholic é péssimo para você mesmo e para todos em volta

Trabalhar demais pode trazer consequências graves para a saúde

Por Harry Bradford (colaborador)
Atualizado em 11 abr 2024, 21h04 - Publicado em 11 fev 2015, 12h19
Thinkstock / Monkey Business Images (/)
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Trabalhar sem parar e nunca brincar faz de Jack um sujeito sem graça, diz um ditado inglês. Além disso, prejudica a saúde de Jack e tem impacto negativo sobre seus relacionamentos e sua vida profissional.

Certo? Sim. Certíssimo.

Hoje existem mais maneiras que nunca de trabalhar demais. E, se deixar de tirar férias, comer um lanche rápido enquanto trabalha, ao invés de sair para almoçar, e nunca desligar seu e-mail de trabalho podem parecer boas pedidas para causar boa impressão ao seu chefe, também podem ter consequências graves para sua saúde futura.

Pesquisadores e psicólogos discutem há décadas o que constitui o “workaholism”, ou compulsão de trabalhar, e se isso é ou não um transtorno. Seja como for, desde que o termo “workaholic” começou a ser usado, na década de 1970, uma montanha de evidências acumuladas mostra que os workaholics exibem muitas das mesmas características dos viciados em drogas ou álcool, como o fato de praticar compulsivamente um comportamento cujos efeitos de longo prazo são destrutivos.

De acordo com um estudo novo publicado no Journal of Management, existe uma diferença grande entre estar comprometido com o trabalho e ser viciado nele. O compromisso com o trabalho se caracteriza por trabalho duro porque a pessoa que a faz encara o trabalho com seriedade e interesse. O segundo muitas vezes é motivado por sentimentos negativos, como culpa e compulsão.

O problema é que a compulsão por trabalhar é um exemplo daquele tipo raro de problema de saúde mental que muitas vezes pode trazer recompensas positivas no curto prazo – no caso, elogios de um chefe satisfeito. Essa é uma razão pela qual o psicólogo Bryan Robinson certa vez descreveu o workaholismo como “o problema de saúde mental mais bem vestido”, ou seja, bem disfarçado. Se você está tentando livrar-se do vício de trabalhar mas está tendo um pouco de dificuldade, procure manter algumas coisas em mente.

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Deixar de tirar férias prejudica sua carreira profissional

Em 2013 os americanos deixaram US$52,4 bilhões em férias não utilizadas na mesa. Quer dizer que abrir mão de suas férias ou parte delas é uma das maneiras mais caras e comuns em que os americanos abusam do trabalho. Um estudo de 2006 constatou que funcionários que não tiram férias são menos produtivos e tiram notas mais baixas nas revisões de performance.

Seu cérebro precisa de intervalos de descanso

Ok, então talvez você não deixe de gozar suas férias. Mas será que também reserva tempo para alguns intervalos para descansar durante o dia? Dar tempos de descanso para seu cérebro é essencial para elevar a produtividade. Um estudo recente descobriu que a razão ideal entre trabalho e descanso deve ser 52 minutos de trabalho seguidos por um intervalo de 17 minutos.

O estudo é confirmado por vários outros segundo os quais dar algum tempo a seu cérebro para relaxar e devanear um pouco aumenta a produtividade, a criatividade e a capacidade de solucionar problemas.

Comer um lanche sem sair de sua mesa de trabalho não faz bem

Para começo de conversa, o intervalo do almoço é um momento perfeito para recarregar seu cérebro. Mas a simples atividade física de se levantar e se afastar da mesa de trabalho pode ajudar a aumentar a produtividade e evitar a obesidade. Um estudo britânico recente constatou que pessoas que comem mais lanches no trabalho apresentam tendência maior a ter sobrepeso. Além disso, especialistas concordam que almoçar com colegas de trabalho e clientes pode ser uma ótima maneira de fazer networking e promover sua carreira.

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Checar seus e-mails constantemente desperdiça sua vida

Não importa o que você se diga, ficar constantemente atento para seu e-mail de trabalho não beneficia seu estado de espírito ou sua produtividade. Um estudo de 2012 constatou que, quando profissionais são forçados a passar cinco dias sem acessar seus e-mails de trabalho, seu estresse diminui e aumenta sua eficiência na realização de tarefas do trabalho. O hiato até os levou a ter ritmos cardíacos mais naturais, variáveis”.

Dois estudos de 2014 revelaram que profissionais que ficam respondendo e-mails até tarde da noite tendem a estar mais exaustos no dia seguinte, logo, menos concentrados no trabalho.

Você provavelmente está prejudicando seu relacionamento

Ser viciado em trabalho pode causar problemas sérios entre parceiros românticos. Como a compulsão de trabalhar pode ser vista como algo análogo à dependência de álcool ou drogas, os workaholics frequentemente priorizam o trabalho em detrimento de amigos ou família. Por exemplo, os viciados em trabalho podem deixar uma quantidade desproporcional de tarefas domésticas a cargo de seus cônjuges que adotam uma postura mais equilibrada em relação à carreira.

Um estudo de 1999 descobriu que os divórcios são duas vezes mais comuns em casais nos quais um dos parceiros é workaholic. Para os que continuam juntos, o prejuízo psicológico pode ser grande. Os filhos de workaholics sofrem níveis maiores de depressão e ansiedade que os filhos de alcoólatras.

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Não é possível continuar assim para sempre

Ou seja, os workaholics acabam sofrendo um colapso. Algo que começa com a pessoa simplesmente passando algumas horas a mais no trabalho toda semana pode rapidamente degenerar em um comportamento muito mais destrutivo, porque os workaholics não tiram tempo para se dar uma folga, informa a CNNMoney. Toda essa atividade ininterrupta pode levar a maus hábitos pessoais e, em última análise, ao que um especialista descreve como “esgotamento incapacitante”.

Faz mal a seus colegas de trabalho e empregadores

Ter profissionais que assumem estresse demais, como muitas vezes fazem os workaholics, não prejudica apenas o profissional –prejudica também a empresa e os colegas de trabalho do workaholic. As empresas perdem estimados US$300 bilhões por ano em produtividade devido ao estresse, segundo a Organização Mundial de Saúde.

Mas o estresse também pode apresentar danos colaterais para os colegas de trabalho. Como os workaholics tendem a ser perfeccionistas, eles muitas vezes impõem estresse adicional –e com frequência desnecessário—a seus colegas, segundo especialistas.

E faz ainda mais mal a você mesmo

Em suma, a compulsão de trabalhar já foi vinculada a toda uma lista de problemas, incluindo o alcoolismo, problemas de sono, doenças cardíacas, depressão e ansiedade, ganho de peso, hipertensão e até morte precoce.

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A boa notícia é que existem recursos para ajudar quem sente que pode estar perdendo a capacidade de equilibrar bem sua vida pessoal e profissional. O Workaholics Anonymous é um programa de 12 passos baseado no programa para a recuperação de alcoólatras. É apenas uma das muitas maneiras pelas quais as pessoas podem aprender a definir limites claros para separar o escritório de sua casa, segundo a CNNMoney.

Matéria publicada em Brasil Post

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