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Como não se autossabotar no trabalho

Às vezes, nossa própria mente boicota nosso sucesso. Saiba como identificar os sinais e reverter a situação

Por Colaborou: Maria Clara Serpa
17 mar 2020, 11h06

Você, com certeza, já percebeu que em algum momento estava tendo atitudes que iam exatamente na direção contrária dos seus verdadeiros interesses. Procrastinar, duvidar de si mesma, se sentir incapaz são apenas alguns dos exemplos de atitudes autossabotadoras. A autossabotagem é prejudicial em qualquer aspecto da vida, em especial na carreira, dificultando sua vida no trabalho.

Segundo a psicóloga Dra. Elaine Di Sarno, a autossabotagem pode ser entendida como um processo inconsciente sustentado por algumas crenças internas que geram comportamentos repetitivos prejudiciais. “É como se a pessoa se sentisse uma fraude, menos qualificada que os outros. Essas crenças internas provavelmente vêm de alguns acontecimentos da vida e levam o paciente a crer que ele não é bom o suficiente”, explica. De acordo com Elaine, as crenças limitantes podem ser geradas pela autoestima baixa ou até quando a pessoa vem de uma classe social inferior à das pessoas que a cercam, mas apenas um profissional poderá investigar, de fato, a causa exata.

A autossabotagem na vida das mulheres

A autossabotagem pode acontecer em qualquer pessoa, mas, em geral, é mais comum em mulheres. Isso ocorre devido ao tipo de criação que a maioria das mulheres têm, que faz com que cresçam sendo pressionadas para seguir um padrão socialmente imposto. Quando percebem que não seguem esse ideal, se sentem mal e, por isso, desde pequenas costumam ter uma autoestima baixa e dificuldade para reverter essa situação.

Muitas mulheres também são condicionadas a colocar a casa e a família em primeiro lugar, o que pode causar medo de aceitar algumas propostas ou desafios de trabalho; a acreditar que são realmente inferiores ao homem devido à sociedade machista; a não aceitar elogios – e, por isso, não conseguir comemorar suas vitórias profissionais. Essas são apenas algumas das formas de autossabotagem extremamente comuns às mulheres.

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Como identificar se você está se autossabotando

Procrastinar para cumprir suas obrigações

Adiar todo o trabalho que você tem a fazer é uma maneira de se sabotar. É comum que as pessoas procrastinem ao máximo suas obrigações e levem o máximo de tempo possível para cumpri-las. Isso pode ser uma maneira de evitar o momento de ser avaliado por medo das críticas que pode receber.

Ter medo de tentar algo novo porque acha que vai falhar

Sair da zona de conforto é um dos maiores medos de quem possui atitudes sabotadoras. Por isso, aceitar promoções, mudanças e novos desafios é tão difícil. O medo de errar ou falhar impossibilita, muitas vezes, o crescimento na carreira.

Ver colegas de trabalho como empecilhos

A autossabotadora não vê a relação com os colegas de trabalho como enriquecedora. Como sempre se compara e se coloca como inferior, ela costuma achar que os colegas são empecilhos para seu sucesso, já que, na sua cabeça, sempre desempenham as funções melhor do que ela.

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Não se achar merecedora

Sentir que não merece o lugar que conquistou ou o que conseguiu alcançar com o trabalho também é uma maneira de autossabotagem. A partir daí, quando se assume o papel de “indigna”, a pessoa pode começar a ter uma obsessão por conseguir sair dessa posição, adotando comportamentos e características que não são suas como maneiras de ser aceita. Isso a torna muito vulneráveis ao julgamento alheio e também é prejudicial à autoestima.

Como inverter a situação

Procure ajuda de um psicólogo

Para sair do ciclo de autossabotagem, o primeiro passo é reconhecer essas ações. Para isso, a ajuda psicológica é essencial. “Com ajuda do psicólogo a pessoa conseguirá, primeiro, reconhecer a autossabotagem e, em conjunto com o profissional, desenvolver maneiras de sabotar esse tipo de pensamento. É muito importante que os autossabotadores procurem profissionais”, explica Elaine Di Sarno.

Trabalhe a autoestima

“Quanto maior a autoestima mais criativa e saudável a pessoa se sentirá. Se amar também ajudará a acreditar em seu potencial e, claro, diminuir a autossabotagem no ambiente de trabalho. Isso também ajuda na vida pessoal e em desenvolver relacionamentos saudáveis. Para melhorar a autoestima tente entender que boa parte do que você sente ou vê em si mesma é resultado de um padrão imposto e evite se comparar, não se cobre tanto. A ajuda profissional é essencial para isso”, diz a psicóloga.

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Tenha paciência

Ao começar esse processo, tenha em mente de que os resultados não serão rápidos, de uma hora para a outra. Se estiver com essa expectativa, pode haver ainda mais frustração. A busca por autoconhecimento, autoestima e o fim da autossabotagem são processos lentos e graduais. É normal que, no meio do caminho, os pensamentos voltem, tente não se abalar com isso.

E quando isso se torna uma doença?

Quando os sintomas de autossabotagem ganham proporções maiores, em que a pessoa mal consegue seguir sua vida normalmente por medo de fracassar ou se sentir incapaz, ela pode ter desenvolvido a Síndrome do Impostor. Segundo Elaine, a desordem psicológica é de difícil diagnóstico porque não é uma doença que está na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID).

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“A única maneira de se diagnosticar a Síndrome do Impostor é através da análise de um psiquiatra e psicólogo. O profissional deve levar em consideração quais os efeitos desses pensamentos autodestrutivos na vida do paciente. A desordem, em geral, gera depressão, crises de ansiedade, insônia, apatia. É sempre importante lembrar que não são todas as pessoas que se autossabotam que têm a Síndrome do Impostor. Em algum momento da vida, todos teremos ações ou pensamentos autossabotadores. As pessoas acabam confundindo muito as duas coisas”, explica a psicóloga.

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