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Como pedir um aumento de salário

Especialistas dão o passo a passo para elaborar uma proposta e falar com a chefia, além de dicas caso a resposta seja negativa

Por Tai Gonçalves
29 jul 2019, 11h56

Perfeito seria se o chefe oferecesse um aumento espontaneamente ao observar seu desempenho positivo. Entretanto, a situação é bastante improvável. Há uma série de questões interferindo no processo: a crise na economia, os desafios no orçamento da empresa, a redução das equipes.

Cabe a você, portanto, abrir caminho para a conversa (que é difícil, mas inevitável) e saber apresentar argumentos que superem os problemas e falem a seu favor. A chave é se preparar bastante, e isso começa com autoanálise. “Reflita até ter claro quais são os motivos que fazem você merecer a recompensa pelo reconhecimento profissional.

Afinal, apenas precisar ganhar mais não é um pretexto que vai convencer a chefia”, afirma Maria Eduarda Silveira, gerente de recrutamento da Robert Half, multinacional especializada em contratação.

No plano geral, é bom ficar de olho nos objetivos da empresa. “Quando o funcionário consegue mostrar que seu resultado individual vai ao encontro dos interesses da companhia, a conversa com o superior é baseada em fatos”, ensina Ana Claudia Plihal, diretora de soluções de talentos no LinkedIn.

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Para Fábio Affonso, administrador e professor do Ibmec, em São Paulo, falar com alguém confiável no setor de recursos humanos ajuda. “As pessoas da área sabem quando há sinal verde para promoções”, sugere. “Pedir aumento quando os negócios vão mal aumenta o risco de ouvir um não e faz parecer que o profissional está desinformado em relação ao que anda acontecendo no mercado.”

Outra figura essencial para ter um bom relacionamento é seu gestor. O indicado é não falar de salário abruptamente, mas estreitar laços antes. Entenda o que ele ou ela esperam e consideram uma entrega satisfatória. “Peça para quantificarem, se possível. Por exemplo: aumentar a base de clientes em 10%”, explica Maria Eduarda.

Depois, estabeleça uma rotina de troca a cada dois ou três meses. Mostre seu desempenho e ouça o feedback. Só então aproxime-se para falar de aumento salarial. Confira mais segredos para obter sucesso na missão.

Tempo de resposta

Não há uma regra sobre quantos dias pode demorar o retorno. No entanto, é recomendado que você saia da conversa com uma previsão de quando o chefe dará a resposta. Se o não vier já no encontro, apresente seus resultados mais uma vez e peça uma data para outra reunião sobre o tema.

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Nesse período, evite fazer contrapropostas. “Aproveite para reunir mais fatos a seu favor. Se insistir todo mês, talvez prejudique sua imagem”, explica Fábio Affonso.

E se eu levar um não?

Caso a resposta seja negativa, peça esclarecimento sobre o motivo. Não assuma que a falha é obrigatoriamente sua, que houve desempenho ruim. “O cuidado principal, nesse momento, é com seu amor-próprio e sua confiança. Não se coloque em posição de subserviência”, destaca Enzo Pizzimenti, psicanalista de São Paulo.

“Vale se perguntar se quer continuar na empresa ou se deve buscar algo no ramo”, conta ele. Antes de tomar qualquer decisão precipitada ou no calor da emoção, dê-se algum tempo. Pare para se dedicar a si mesma, faça atividades de que gosta, como ler um livro, ver uma série ou ir ao cinema.

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Depois de algum tempo, mais calma, lembre-se da sua trajetória dentro da companhia. Entender o processo para chegar até onde está lhe dará maior clareza sobre o que deseja para o futuro. “E deixa o horizonte aberto, mostra a você que não é uma rua sem saída, que existem outras tentativas nas quais apostar. E destacará se há algo melhor e mais proveitoso para experimentar”, fala Enzo.

Qual é o seu valor?

Não é fácil traduzir em uma quantia sua performance, entregas e resultados. A dica é ficar de olho na tabela da própria empresa, que diferencia os pisos de cada degrau nas diferentes carreiras. “Subir um nível é o mínimo, mas, se o desempenho for acima da média, peça o equivalente a dois ou três graus acima”, aconselha Ronaldo Loyola, líder de recursos humanos da consultoria Grant Thornton no Brasil.

Atenção: ele não recomenda pedir um salário maior para depois negociar para baixo. “É preciso demonstrar o tempo todo um posicionamento incisivo em relação ao valor do seu capital intelectual e de quanto você está agregando para a empresa.” Ronaldo sugere atentar também ao tipo de benefício pedido. “Não pense só nos clássicos, como vale-refeição, mas em ferramentas que aumentem seu conhecimento e levem ao desenvolvimento profissional”, acrescenta.

Maria Eduarda sugere pleitear oportunidades de troca de área ou imersão em outros departamentos, um cargo em outro estado ou país e até bolsas ou incentivos financeiros para cursos.

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Olho no olho!

Não importa o nível do seu cargo, aumento de salário é assunto para tratar pessoalmente. “Só use e-mail ou telefone para marcar o encontro. Seja direto e explique que o tema da reunião é importante para você. No dia, entre logo no assunto. Evite jogar conversa fora porque pode irritar o líder”, indica Vera Lorenzo, CEO da Fala Idiomas, empresa de coaching.

O ideal, segundo ela, é apresentar sua trajetória na empresa como uma história, contando sem perder o lado humanizado. “Tramas de conflito, dificuldade e superação atraem o outro”, justifica. “Se trabalhar em um ambiente muito formal, considere levar uma apresentação ou um relatório mostrando suas entregas. Caso não tenha abertura para isso, liste seus argumentos para não se esquecer de nada”, completa Vera.

“Falei com pessoas da área para calcular uma média salarial. A partir daí, cheguei a um valor compatível com o mercado. Consegui uma boa negociação com meus chefes.” Mariana Toledo, jornalista.

Não é questão de precisar, mas de merecer

Seus argumentos devem fortalecer a percepção de que o aumento salarial não é um agrado, mas uma recompensa pelo bom desempenho. “Mostre a qualidade de suas entregas. Forneça detalhes sobre realizações, compartilhe exemplos de projetos concluídos e como eles tiveram impacto positivo”, diz Rodrigo Siqueira, da escola de negócios Proseek, no Rio de Janeiro.

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Outro caminho é se mostrar disponível a assumir novos desafios e oportunidades, esclarecendo assim que há vontade de se desenvolver, e não apenas de elevar sua renda. Por fim, se for o caso, exalte que já tem mais responsabilidades do que cabia no seu cargo atual.

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Depois de dois anos como engenheira júnior, percebi que minha carga ia além do que deveria. Listei todas as qualidades que havia desenvolvido, as mudanças que tinha gerado e os processos frutos do meu trabalho. Implementei a instalação de um novo sistema na empresa, um projeto grande que eu mesma propus. Sabia que teria um resultado satisfatório para apresentar. Quando notei que havia uma brecha para conversar, marquei uma reunião com o gerente e o responsável financeiro. Escolhi uma sala calma para que não fôssemos interrompidos. Apresentei meus pontos e só no final disse que gostaria de negociar um aumento. Levei até a documentação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia que mostrava o piso do engenheiro. Meus superiores se reuniram e uma semana depois aprovaram minha proposta.” Jacki Peloso, engenheira civil.

Novos ares

Cleide Jabarra, sócia da Astem – Assessoria em Pessoas, sugere aproveitar o momento de crise para repensar cargo, área e até a companhia. “Olhe para a situação levando em conta a flexibilidade necessária dos nossos tempos”, diz. O primeiro passo é entender que qualquer evolução leva tempo. “Observe as demandas do mercado de trabalho e o que você poderia oferecer à empresa”, relata Alexandre Slivnik, diretor da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento.

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Liste suas qualificações e habilidades, veja se são suficientes para a função que quer executar. Caso precise, vá atrás de cursos e treinamentos. ”Trabalhe também na rede de contatos e informe, com delicadeza, para não se queimar na empresa, que está em busca de oportunidades”, indica Dani Castro, administradora e coach, de São Paulo. “Faça um planejamento especificando o perfil de empresa e do trabalho que quer executar, bem como quanto quer ganhar. Sabendo seus objetivos, fica mais fácil acertar o currículo e direcionar contatos”, finaliza.

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