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Por Atitude 50
Focada na maturidade como plataforma pessoal, a jornalista Kika Gama Lobo escreve sobre as sensações e barreiras que as mulheres de 50 anos vivenciam
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Trair, o novo verbo das casadas

"Cabe a nós, mulheres, o debate desse amor livre que passa antes de tudo pelo autoamor"

Por Kika Gama Lobo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
15 set 2021, 16h30

Pode até ser apenas uma quimera, um desejo reprimido, mas – vejo a cada troca de zap, conversas em bar, lives pelo insta, palestras pelo zoom, reuniões pelos teams e tantos outros diálogos presenciais ou não, o assunto voltar. Mulheres querendo entender, explicar, vivenciar ou mesmo apenas conversar sobre a traição. Sim, queremos trair. Trair nossas repressões e aprisionamentos.

Tem tanta novidade vingando que precisamos de um novo glossário acompanhado de um manual de conduta verde em folha. Casamentos abertos, relações a três, poliamor, tantas versões modernas do ficar, juntar, estar, casar…

Claro que as novinhas oscilam entre o “parasempre” do véu e grinalda e as modernérrimas que já partem para os lençóis da cama dela, dele, deles. Estamos presenciando – sobretudo na maturidade – um questionamento sobre trair e coçar é só começar, mas agora pelo víeis da necessidade de se ficar casada.

Se o enlace era algo político, econômico, perpétuo mesmo com o homem podendo tudo, tendo uma, duas, três, um harém de mulheres e a nós, nada, a não ser a vida monogâmica e violenta do abuso dos maridos e companheiros, chegou o momento – pelo menos nos países mais liberais – dessa discussão sobre a necessidade em ser fiel. Fiel a quem? Fiel ao que? O correto agora parece ser separar quando não está bom.

Ninguém quer tentar mais nada, esticando um relacionamento a dois que pode existir apenas para a criação dos filhos, manutenção do patrimônio ou mesmo pela resposta à sociedade. Mas com as mulheres adotando mais crianças (sem passar pela gravidez) ou mesmo tendo seus filhos de maneira solo, elas mesmas produzindo e acumulando riqueza e, dando uma banana para o que pensa o vizinho, pra que então ficar numa relação anos a fio sem prazer? E o que é traição? É transar? Beijar pode? Trocar nudes configura? Ver filmes pornôs o tempo todo? Sex texting liberado?

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Eu tenho adorado esse debate apesar de ser casada e não trair. Mas só pensar no assunto me libera para uma série de questionamentos. A liberdade masculina – de ir e vir, de poder tudo, de ditar regras e leis e tantas outras fortalezas acumuladas por anos de protagonismo vem, timidamente migrando para a esfera feminina. E acho que passar o rodo, trair para descontar, fazer igual aos homens é um erro tão crasso quanto permitir os abusos diários pelos quais estamos acostumadas. E trair não é só um ato sexual.

A banalização da relação, o desmonte familiar escondido em belos porta-retratos, as agressões por trás da família margarina – tudo isso é uma forma de substituição. E cabe a nós, mulheres, o debate desse amor livre que passa antes de tudo pelo autoamor. 

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