Terrivelmente
Em tempos de opiniões, palpites e discussões acaloradas, a colunista Kika Gama Lobo propõe ligar a "tecla F" e seguir em frente com leveza
Tempos intensos. Tempos de polarizações mis e empacamos a cada pedregulho. Essa vibe cívica que nos envolve está estranha e – silenciosamente – como um vírus, vai dominando várias esferas de nossas vidas.
Antes tinha a desculpa das eleições. Depois da vacina e agora com 22 batendo na porta, temos esse combo potencializado. Vamos sobreviver a essa falação? Cada um é mais aguerrido do que o outro, temos visões tão opostas e com termômetros febris.
Levando para a oportunidade de pensar a maturidade, jogo luz nessa mesma potência. É uma cagação de regra que me enerva. Tem que fazer meditação, preenchimento, educação financeira, seguro funeral. Tem nada amiga. Tem que escolher um rumo possível sem gabarito. Nem tudo cabe na vida das balzacas.
Alguém aí quer sexo selvagem? Bunda dura? Comprar imóvel? Não seria melhor se abrir ao poliamor, ao admirável mundo novo dos fitoterápicos e bioidênticos ou mesmo cair de boca no canabidiol? E o lance do seguro funeral e acelerar o recebimento do INSS que ficou travado por falta de contribuição ao órgão? Já pensou em testamento vital? Já cogitou assegurar sua sanidade através de um bom plano de saúde, daqueles que você pode pagar? E as dicas de lazer? Organizar férias visitando sites de passagens em plena madrugada?
E a decisão de não ter mais Pets? Cães e gatos fazem sim companhia, mas também geram despesas e nos prendem quando precisamos nos ausentar. São tantas questões terrivelmente urgentes que vamos ficar nessa ladainha se somos esse ou aquele candidato? Se optamos pela fé de Michelle que fala em línguas (aliás que diabo de dialeto é aquele) ou se vamos de saravá com muita farofa de Oxum em nossas oferendas diárias?
O que eu sei leitora é que precisamos digitar a tecla F da vida e descomplicar ao máximo. Isso sim é terrivelmente urgente. Conheço essa seara. Vai por mim.