Surreal o Presidente de uma nação imensa como o Brasil, se referir ao Covid-19 como um resfriadinho. Ah, como eu queria… além dos mortos anônimos, gente que eu nunca vi, começo a saber de conhecidos, amigos de amigos, pessoas próximas que estão partindo.
Respeitando a quarentena, lavando as mãos, evitando os idosos, usando com racionamento meu álcool gel, sigo perplexa vivenciando a primeira pandemia da minha vida. Com 55 anos ouvi falar da gripe espanhola, do ebola, da Aids, mas sentir aquele pânico do “a próxima pode ser eu”, juro que é inédito. E dá-lhe curso online, receitas novas na cozinha, lives para me manter lembrada e escrevendo meus textos.
Panelaço na janela, filhas hormonalmente presas, marido naquela DR da chatice do lar, mas – por outro lado – feliz. Por estar viva, por todos os meus estarem bem, pela luta dos médicos em conter a doença e essa nova onda mundial que é dura, mas também interessante para que o novo se imponha. E já vou dando um spoiler no futuro. Esse presidente – caminhando assim – não vai longe. Não desejo que seja um atchim que o tire de cena, mas sim o grito de urgência da população por dias melhores. Saúde a todos!