Bate
Tá difícil viver com tantas notícias péssimas sobre feminicídio, mas pior ainda será viver achando que não temos voz. Disque 180.
Todo dia ele faz tudo sempre igual. Me sacode as seis horas da manhã. Me insulta, chuta, quebra meus dentes e me enche de porrada. Mudei a letra da música pois a realidade superou a trilha sonora. Todos os dias vemos uma mulher agonizando nos braços selvagens de maridos, namorados, peguetes do Tinder.
O garotão do Leme nem conhecia pessoalmente a vítima e no primeiro encontro, depois de uma taça de vinho, ele a espancou por horas. O que teria motivado esse ato? Pau pequeno? Foi vítima de hostilidade no passado? Bebeu? Cheirou? Estava possuído?
Não adianta colocar nenhum tipo de explicação que diminua a pena, que coloque o bicho em liberdade, que o promove a louco. São tantos os casos. São torpes os motivos. Mas aqui vai uma dica pra mulherada: Aumentem sua autoestima. Refinem seu faro. Não se vistam pra ele. Não agradem a ele. Não vivam pra ele. Chegou a hora da virada. O espelho é nosso. A beleza veio de f��brica não importa se você não se parece com a Marina Ruy Barbosa, mas precisa ter a garra das Marielles. Tá difícil viver com tantas notícias péssimas sobre feminicídio, mas pior ainda será viver achando que não temos voz. Disque 180.